Covid-19: pacientes recém-internados correm menos risco de morte, dizem médicos

Segundo profissionais da saúde, pacientes internados no mês de agosto já possuem mais chances de recuperação em relação aos internados em março, início da pandemia no Brasil
Redação08/08/2020 20h28, atualizada em 10/08/2020 15h00

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Ainda há muitas dúvidas sobre o coronavírus, entretanto, médicos que trabalham no enfrentamento da doença dizem que já houve avanço no tratamento em relação ao início da pandemia, o que, segundo eles, reduziria os riscos de mortes.

Os profissionais da saúde dizem que pacientes internados em agosto já têm mais chances de se recuperar da doença do que os internados em março, no início da pandemia no Brasil. “Fomos literalmente aprendendo sobre a doença no curso do enfrentamento”, disse Jaques Sztajnbok, chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

O médico também disse: “quando o paciente chegava lá em março, não havia qualquer protocolo baseado em evidências que se mostrasse efetivo. E hoje nós já temos evidências”.

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Profissionais afirmam evoluções no tratamento da Covid-19 desde o início da pandemia no Brasil. Créditos: Unsplash/Reprodução

Relatos dos profissionais da saúde

Uma técnica antiga que agora está ganhando fama entre os profissionais da saúde é deixar o paciente de bruços, para aumentar a quantidade de oxigênio que entra nos pulmões. “Tive uma paciente com 145 kg que precisei de 7 profissionais para pronar (deitar a paciente). Me chamaram de louco quando viram que eu estava fazendo isso, e essa paciente não só teve alta como saiu andando do hospital”, revela o doutor.

O entendimento da extensão da doença no corpo do paciente também teve mudanças. Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) explicou: “Isso foi um baile que o vírus nos deu. Quando saiu o primeiro relado da China, parecia que era mais uma gripe, tipo H1N1, que sabemos atuar. Quando chegou à Itália, começamos a conversar com médicos italianos e surgiram os primeiros artigos da China. E aí é que se fala ‘pera aí é algo diferente’. Então vimos que o vírus atua no sistema circulatório, e isso é parte da catástrofe da mortalidade alta que estamos vivendo”.

A melhora na quantidade e qualidade de médicos nas equipes também evoluiu. Segundo Lotufo, isso ajudou muito. “É a famosa curva de aprendizado. Acontece em todos os lugares e o determinante dela nunca é o medicamento, na maior parte das vezes é quando as equipes se afinam, se acertam”, conclui.

Fonte: BBC

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital