Covid-19: SP passa a contar mortes confirmadas por exame de imagem

Precisão dos exames foi comprovada por estudos internacionais; té então, só eram contabilizados nas estatísticas oficiais os óbitos confirmados pelos exames RT-PCR e do tipo rápido
Davi Medeiros14/08/2020 18h57, atualizada em 14/08/2020 19h12

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O estado de São Paulo, seguindo recomendações do Guia de Vigilância do Ministério da Saúde, agora contabiliza óbitos por Covid-19 por meio de exames de imagem. A mudança incluiu 221 mortes à contagem de quinta-feira (13), aumentando o número total do dia para 455.

Até então, só eram contabilizados nas estatísticas oficiais os óbitos confirmados pelos exames RT-PCR e do tipo rápido, que detecta a presença de anticorpos. Escassos e demorados, esses exames não conseguem, desde o início, acompanhar o ritmo real da pandemia. Hoje, a subnotificação dificulta o combate à doença no Brasil.

Em nota, o governo do estado afirmou que, a partir de agora, “os casos e mortes decorrentes da Covid-19 poderão ser também confirmados pelo critério clínico-imagem, ou seja, confirmações baseadas em exames de imagem que apontem alterações típicas da doença no organismo”.

O novo coronavírus pode levar à inflamação de diversos órgãos do corpo, mais frequentemente o pulmão. Por isso, médicos afirmam ser segura a detecção da doença por meio de exames como tomografia, ultrassom e raio-X — este último com menor precisão.

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Exames de imagem são comprovadamente precisos na confirmação clínica da doença. Imagem: iStock 

Precisão dos exames de imagem

Nesse quesito, a Itália deu exemplo. Quando passava pela pior fase da pandemia, o país europeu adotou a ultrassonografia para avaliar o comprometimento do pulmão dos pacientes. A prática chamou a atenção da comunidade científica internacional, e não demoraram a aparecer estudos aprofundados investigando sua eficácia.

Um deles, conduzido por cientistas da Holanda e da China, foi publicado na revista Radiology. Os pesquisadores analisaram dados de mais de mil pacientes da doença, e chegaram à conclusão de que os exames de imagem, principalmente a tomografia computadorizada, são precisos e, considerando a velocidade com que saem os resultados, melhores do que os testes laboratoriais.

Em maio, radiologistas do laboratório de pesquisa de ultrassom da Universidade de Pensilvânia conduziram uma revisão de cerca de doze estudos sobre o tema. Os resultados comparados demonstraram que o ultrassom pulmonar é uma técnica viável para o diagnóstico correto da Covid-19.

Os radiologistas compartilharam as descobertas com o site AuntMinnie, especializado em ultrassonografia. O Dr. Laith Sultan, coautor da revisão, afirmou que “a ecografia (ultrassom) emergiu como uma forte modalidade de primeira linha em situações de emergência para diagnosticar a Covid-19, e também para monitorar a progressão da doença”.

Via: G1

Colaboração para o Olhar Digital

Davi Medeiros é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital