Conforme os meses vão passando, o enorme número de pesquisas iniciadas com a chegada do novo coronavírus ganha resultados; alguns deles são muito empolgantes. É o caso de um estudo feito na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, publicado nesta quarta-feira (22) na importante revista científica Nature. Em laboratório, os pesquisadores conseguiram isolar 19 potentes anticorpos que podem ajudar no combate e prevenção à Covid-19.  

Quanto mais grave o quadro da doença no organismo, mais forte é a reação imunológica desenvolvida. Sabendo disso, os cientistas coletaram 61 anticorpos do sangue de pacientes curados de doença, e, deste número, 19 mostraram resultados eficientes na neutralização do vírus em laboratório. 

Em um dos testes, os anticorpos conseguiram eliminar o novo coronavírus completamente do organismo de um hamster. Com isso, espera-se que a descoberta contribua para a fabricação de remédios que sejam eficazes para combater a Covid-19 no início da infecção. De acordo com o cientista David Ho, que liderou a pesquisa, os anticorpos “estão prontos para serem desenvolvidos em larga escala para tratamentos”. 

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Pesquisa foi feita na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Foto: Public Domain Images

Estudo semelhante foi publicado na revista Science

Mais cedo neste mês, cientistas da Califórnia identificaram uma característica molecular comum presente em 300 anticorpos analisados em laboratório. Utilizando raios-X, eles detalharam a estrutura atômica das imoglobunas e encontraram o gene IGHV3-53 na maioria delas. Os resultados foram publicados pela Science.

Anticorpos codificados pelo gene IGHV3-53 seriam, segundo a pesquisa, mais eficazes no combate ao novo coronavírus. Por isso, a descoberta pode servir de guia para que seja criada uma vacina que incremente a quantidade deste gene no organismo.

Ian Wilson, autor do estudo e presidente do Departamento de Biologia Estrutural e Computacional Integrativa da Scripps Research, afirmou que “esse tipo de anticorpo foi isolado com frequência em estudos com pacientes com Covid-19, e agora podemos entender a base estrutural para sua interação com o Sars-Cov-2”. Já Dennis Burton, coautor da pesquisa, explicou que a descoberta “fornece uma inspiração importante para o design eficaz de uma vacina”.

Vacina chinesa começou a ser testada no Brasil

No Brasil, começaram nesta terça-feira (21) os testes brasileiros da vacina produzida pela empresa farmacêutica Sinovac, proveniente da China. O imunizante será aplicado em 9.000 voluntários de seis estados, graças a uma parceria entre a empresa chinesa e o Instituto Butantã, de São Paulo. 

Em situações normais, essa fase demoraria cerca de um ano a partir do início dos testes. Dada a urgência da pandemia, Dimas Covas, diretor do instituto, prevê que a vacina pode chegar à população ainda no início de 2021 se os resultados preliminares forem promissores. Se isso acontecer, serão produzidas doses para 60 milhões de brasileiros, priorizando idosos, pessoas com comorbidades e outros pertencentes ao grupo de risco. 

Via: Época Negócios