Covid-19: Rússia planeja produzir 6 milhões de doses da vacina por mês

No começo, fabricação deve se manter entre 1,5 milhão e 2 milhões com aumento gradual na capacidade de produção
Luiz Nogueira24/08/2020 13h34, atualizada em 24/08/2020 14h00

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No domingo (23), a Rússia afirmou que, até o fim do ano, planeja aumentar a produção de doses de sua potencial vacina contra a Covid-19. Inicialmente, o país pretende manter sua fabricação entre 1,5 milhão e 2 milhões de doses mensais. No entanto, o objetivo é o de fazer com que esse número alcance 6 milhões mensalmente a partir de aumentos graduais.

A revelação dos planos foi feita por Denis Manturov, ministro da Indústria russo. O imunizante, produzido pelo Instituto Gamelaya, em Moscou, começará a ser testado esta semana, com aplicações em larga escala. Estima-se que 40 mil voluntários de 45 centros de pesquisa espalhados pelo país participarão da etapa.

A produção da Sputnik V, nome dado à vacina, começou em 15 de agosto. A aprovação do governo para fabricação ocorreu um pouco antes, no dia 11 – precedendo o início da chamada fase 3 dos testes clínicos, em que há a aplicação em milhares de voluntários.

Reprodução

Rússia planeja aumentar gradualmente produção de seu imunizante. Foto: Yegor Aleev/TASS

Apesar disso, algumas pessoas já receberam aplicações da vacina. Segundo Vladimir Putin, presidente russo, uma de suas filhas foi imunizada. Kirill Dmitriev, chefe do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), também recebeu uma dose.

No entanto, mesmo com as aplicações feitas, os dados científicos sobre a Sputnik V não foram divulgados pelo país. Mesmo assim, Dmitriev diz que as autoridades russas sabem “que a tecnologia funciona. Publicaremos os dados em agosto e setembro para demonstrar isso”.

O chefe do RDIF ainda acrescenta que os planos preveem aplicações graduais para profissionais de saúde e pessoas que fazem parte dos grupos de risco. A estimativa é que a campanha de vacinação tenha início em outubro.

China concede 1ª patente de vacina

O governo da China forneceu à CanSino Biologics, empresa biofarmacêutica, aprovação da patente da vacina Ad5-nCOV, criada pela companhia em parceria com a Academia de Ciências Militares da China. Essa é a primeira aprovação concedida pelo país a um possível candidato a imunizante contra o novo coronavírus.

A patente foi concedida pelo Escritório Nacional de Propriedade Intelectual em 11 de agosto, mas só foi divulgada no domingo (16). A concessão abre portas para uma possível produção “em massa em um curto período de tempo”, segundo o jornal chinês People’s Daily.

Mesmo após a aprovação da patente, a “segurança e a eficácia devem ser comprovadas na terceira fase”. Para tentar imunizar indivíduos contra o vírus, o projeto da CanSino utiliza uma técnica baseada no chamado vetor de adenovírus recombinante.

Para comprovar o potencial do imunizante, a Arábia Saudita informou que deve iniciar testes da fase três em breve. Além disso, a CanSino demonstrou interesse em realizar o teste da vacina em outros países. Para isso, a empresa informa que realiza negociações com a Rússia, Chile e Brasil.

Via: Reuters

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital