Estudantes de instituições de ensino superior do Rio de Janeiro criaram um protótipo de um filtro capaz de separar partículas de microplástico da água de torneiras.

A solução consiste em um dispositivo com óxido de ferro ou magnetita que deve ser acoplado na rosca de saída da água. Enquanto os materiais atraem os microplásticos, um ímã central e outros ímãs inferiores garantem que restos do óxido de ferro não sejam descartados com os resíduos filtrados.

Em entrevista ao Uol, Samuel Feitosa, estudante de engenharia de produção do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet-RJ) e integrante da equipe que criou o protótipo, diz que estudos preliminares apontam que o produto conta com até 70% de capacidade de filtragem de microplásticos.

O projeto ainda está em fase de testes iniciais. Aina assim, a expectativa dos envolvidos é que o objeto tenha um custo estimado entre US$ 15 (R$ 82 em conversão direta) a US$ 30 (R$ 164). Segundo Feitosa, o dispositivo difere de filtros de micropartículas fabricados para lavadoras de roupa.

“Em nosso projeto lidamos com escala micrométrica e também micropartículas. Nosso filtro é focado em capturar microplásticos”, afirma.

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Protótipo de filtro criado pelos alunos da UFRJ e Cefet-RJ. Imagem: Samuel Feitosa/Reprodução UOL

Além de Feitosa, integram a equipe Larissa Fonseca e Dimitri Costa, alunos de doutorado de engenharia mecânica da Universidade do Rio de Janeiro, e João Lucas Barbosa, que cursa bacharelado de Engenharia Mecânica no Cefet-RJ.

Desenvolvido em apenas 48 horas, o protótipo ganhou o primeiro lugar no Invent for The Planet 2020, uma competição de ciências para estudantes coordenada pela Universidade Texas A&M de Engenharia, nos Estados Unidos.

Consumo de microplástico

O microplástico é resultado da degradação de detritos de plástico em partículas de comprimento inferior a cinco milímetros. O tamanho reduzido transforma esse material em um poluente potencialmente perigosos para a biodiversidade, uma vez que pode absorver compostos tóxicos e ser ingerido por seres vivos.

As partículas estão associadas, por exemplo, a ocorrência de obstruções mecânicas no estômago e no intestinos de peixe e outros animais marinhos. Embora os riscos à saúde humana ainda sejam desconhecidos, estudos estimam que uma só pessoas consome até 121 mil partículas de microplásticos anualmente, a depender do sexo e idade.

O volume é maior principalmente para pessoas que tomam água a partir de fontes engarrafadas. Vale lembrar, entretanto, que em 2019 a Organização Mundial da Saúde destacou que, por enquanto, os níveis atuais de microplástico na água potável não representam um perigo à saúde.

Via: UOL