Boeing e FAA são culpadas pelos acidentes com 737 Max, diz relatório

Congresso americano atribuiu acidentes a uma 'sucessão de falhas' da fabricante e do órgão regulador; voos comerciais com a aeronave retornam em outubro
Davi Medeiros16/09/2020 15h49, atualizada em 16/09/2020 16h39

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Após uma investigação de 18 meses, o Congresso americano concluiu que a Boeing e a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) foram as responsáveis por dois acidentes fatais envolvendo o modelo 737 Max, que, somados, resultaram na morte de 346 pessoas.

Em 10 de março de 2019, o voo ET 302, da Ethiopian Airlines, caiu seis minutos após a decolagem com 157 pessoas a bordo (149 passageiros e oito tripulantes). Não houve sobreviventes. O mesmo modelo de aeronave caiu em outubro de 2018 na Indonésia, matando outras 189 pessoas.

De acordo com o relatório do Comitê de Transporte e Infraestrutura da Câmara, divulgado nesta quarta-feira (16), os acidentes não foram resultado de uma “falha singular ou evento mal administrado”, mas de uma série de suposições técnicas incorretas dos engenheiros da Boeing e de uma supervisão “grosseiramente insuficiente” da FAA.

Reprodução

Boeing precisa reestruturar sua cultura empresarial, sugere o relatório. Imagem: MichaelVi/Shutterstock

“A Boeing falhou no design e desenvolvimento do 737 Max, e a FAA falhou na supervisão e na certificação da aeronave”, indica o relatório.

O documento aponta ainda que os problemas da fabricante foram criados em parte por sua dificuldade em admitir os próprios erros, graças a uma cultura empresarial que “favorece a ocultação”, e que, de acordo com o comitê, “precisa ser reestruturada com urgência”.

Mudanças no 737 Max

Em comunicado oficial, a Boeing afirmou que “aprendeu muitas lições difíceis com os erros cometidos”, e garantiu que está conduzindo mudanças fundamentais na empresa. Já a FAA disse que espera trabalhar com o comitê para implementar as melhorias identificadas no relatório.

“Já estamos investindo em iniciativas importantes com base no que aprendemos com nossas próprias análises internas”, afirmou o órgão ao site CDNet. “A FAA continua a seguir um processo contínuo para que a aeronave possa retornar ao serviço”.

O 737 Max está suspenso desde o último acidente, e deve voltar a oferecer voos comerciais em outubro, segundo o cronograma planejado pela Boeing. A empresa observou uma queda de 1% em suas ações durante a divulgação do relatório.

Fonte: CDNet, Terra

Colaboração para o Olhar Digital

Davi Medeiros é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital