A Apple anunciou na terça-feira (10) três novos estudos de saúde para abordar aspectos da audição, da saúde do coração e da saúde da mulher (em relação aos ciclos menstruais e à reprodução). Os estudos fazem parte de um esforço da empresa para se destacar no campo da saúde e da medicina.

Em uma entrevista em janeiro, Tim Cook, CEO da companhia, disse esperar que esse trabalho da empresa se torne um legado duradouro e “sua maior contribuição para a humanidade”. “Nosso negócio sempre foi enriquecer a vida das pessoas.”

Já há algum tempo, a empresa vem publicando aplicativos e funções específicos para o segmento. Nos novos estudos, a Apple tem se unido a importantes parceiros da área de pesquisa para correlacionar os dados coletados por esses aplicativos a resultados reais de saúde.

Sons e movimentos diários

Para o estudo da audição, a Apple trabalha com pesquisadores da Universidade de Michigan. A ideia é entender como sons e ruídos do dia a dia se relacionam com a perda auditiva. Os pesquisadores farão um levantamento das exposições sonoras de usuários de produtos da marca ao longo dos dias. Os dados serão compartilhados com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Já no estudo sobre coração e movimento, a companhia fez uma parceria com o Brigham and Women’s Hospital e com a American Heart Association para classificar dados coletados dos clientes. Os pesquisadores querem entender as informações de mobilidade (como velocidade de caminhada ao subir escadas) e como elas se relacionam com hospitalizações, quedas e saúde cardiovascular.

Sinais vitais

A empresa de Tim Cook também trabalha com a Escola de Saúde Pública de Harvard T. H. Chan e o Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental do Instituto Nacional da Saúde (NIEHS) para um estudo sobre a saúde da mulher.

Os pesquisadores vão estimular o uso voluntário de um aplicativo de pesquisa por smartphone para coletar dados sobre ciclos menstruais e saúde ginecológica. O objetivo é melhorar as recomendações de triagem e as avaliações de risco para, entre outros, síndrome do ovário policístico (SOP), infertilidade, osteoporose, câncer de mama, complicações na gravidez e transição da menopausa.

Michelle A. Williams, epidemiologista da reprodução e reitora do corpo docente da Harvard Chan School, observou em um comunicado que a saúde das mulheres é cronicamente subfinanciada e pouco compreendida. Então, “esse estudo, sem precedentes, aumentará a compreensão sobre os determinantes biológicos e sociais da saúde da mulher e levará a melhores resultados”.

Embora os parceiros de pesquisa estejam otimistas sobre o potencial dos estudos para melhorar a saúde, os pesquisadores provavelmente enfrentarão obstáculos — como em outros estudos com dados vindos de dispositivos móveis. Os problemas comuns podem incluir segurança e consentimento dos dados, baixa retenção de participantes, informações ausentes e viés de seleção.

Via: Arstechnica