Vaca sobrevive 90 dias com coração artificial

Aparelho desenvolvido pelo Texas Heart Institute foi bem-sucedido com animais e será testado em humanos no futuro
Redação23/08/2019 18h41, atualizada em 23/08/2019 20h00

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Faz tempo que a medicina procura uma solução para substituir o coração humano natural, um órgão tão complexo e escasso para transplantes, por um coração artificial. Essa solução parece ter sido, enfim, encontrada por cirurgiões cardíacos e engenheiros biomédicos do Texas Heart Institute (THI). E tudo começou no interior de uma vaca marrom.

Depois de 50 anos de tentativas fracassadas com engenhocas de metal e plástico, a maré de resultados negativos mudou drasticamente em abril deste ano. Na ocasião, uma vaca das instalações de pesquisa da THI, em Houston, passou 90 dias sendo alimentada por um coração artificial da empresa, o Bivacor. Durante o período de teste, o animal permaneceu saudável, ganhou peso a uma taxa normal e ainda correu em uma esteira por trechos de 30 minutos.

“Tivemos que superar muitos desafios técnicos para criar um coração artificial pequeno, biocompatível, energeticamente eficiente e durável. Considere que o coração humano bate cerca de 112 mil vezes por dia, o que corresponde a 42 milhões de vezes por ano, e você entenderá a magnitude do desafio”, explicam os cientistas.

O próximo passo para a empresa é realizar testes em humanos. O dispositivo de sucesso foi desenvolvido pelo cientista Daniel Timms e se baseia em uma nova abordagem: em vez de uma bomba mecânica que imita a estrutura e as ações do coração humano, usa-se um disco giratório, suspenso em um campo magnético. Com apenas uma parte móvel, o coração Bivacor é capaz de enviar sangue rico em oxigênio para o corpo e devolver sangue sem oxigênio aos pulmões.

Reprodução

Até o momento, o coração Bivacor foi testado em 15 bezerros Corriente, que são relativamente pequenos e têm o tamanho certo para servir como análogos para pacientes adultos. O dispositivo também foi implantado em ovelhas, que são representativas de pacientes com corpos menores, incluindo crianças.

Os testes apontam que o coração “aguenta o tranco”. Uma vez que sua única parte móvel levita em um campo magnético, não há preocupação de que o atrito e o desgaste mecânico façam com que a máquina ceda. Também foi identificado que o dispositivo pode se adaptar às necessidades cardiovasculares do usuário.

Fonte: Spectrum

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital