‘Parente’ do T. Rex, novo dinossauro é descoberto na Inglaterra

Com cerca de quatro metros de comprimento, o Vectaerovenator inopinatus viveu há 115 milhões de anos; seus fósseis foram encontrados por pesquisadores amadores na Ilha de Wight
Renato Mota12/08/2020 17h20

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Em um estudo realizado na Ilha de Wight, na costa sul da Inglaterra, paleontólogos identificaram ossos de uma nova espécie de dinossauro terópode, o grupo que inclui o Tyrannosaurus rex e os pássaros modernos. O Vectaerovenator inopinatus viveu no período Cretáceo, há 115 milhões de anos, e estima-se que tivesse até quatro metros de comprimento.

Os fragmentos achados são do pescoço, costas e cauda do novo dinossauro, e foram encontrados em três descobertas separadas feitas por cientistas cidadãos que passeavam pelo local. Um estudo mais aprofundado confirmou que os fósseis pertenciam muito provavelmente ao mesmo dinossauro individual.

“Estava andando na praia, chutando pedras e encontrei o que parecia um osso de dinossauro. Fiquei realmente chocado ao descobrir que poderia ser uma nova espécie”, conta Paul Farrell, uma das pessoas que ajudou na descoberta. A Ilha de Wight é conhecida como um dos principais locais para se encontrar restos de dinossauros na Europa.

O nome do animal faz referência aos grandes espaços cheios de ar em alguns dos ossos – uma das características que ajudaram os cientistas a identificar o exemplar como sendo um terópode. Esses bolsões, também vistos em pássaros modernos, funcionam como extensões do pulmão e provavelmente ajudaram a tornar seu sistema respiratório mais eficiente, ao mesmo tempo que deixavam o esqueleto mais leve.

Depois de estudar as quatro vértebras, os paleontólogos da Universidade de Southampton confirmaram que os ossos pertencem a um gênero de dinossauro até então desconhecido. Os detalhes da descoberta serão publicados na revista Papers in Palaeontology.

Darren Naish/University of Southampton

Silhueta do Vectaerovenator inopinatus mostrando as posições dos ossos encontrados. Imagem: Darren Naish/University of Southampton

“O registro de dinossauros terópodes do período ‘médio’ do Cretáceo na Europa não é tão grande, então é realmente emocionante ser capaz de aumentar nossa compreensão sobre a diversidade de espécies de dinossauros dessa época”, afirma Chris Barker, autor do estudo.

Os pesquisadores acreditam que o Vectaerovenator vivesse em uma área logo ao norte de onde seus restos foram encontrados, com a carcaça tendo sido levada para um mar raso próximo. “Embora tenhamos material suficiente para sermos capaz de determinar o tipo geral de dinossauro, gostaríamos de encontrar mais amostras para refinar nossa análise. Somos muito gratos pela doação desses fósseis à ciência e pelo importante papel que a ciência cidadã pode desempenhar na paleontologia”.

Via: University of Southampton

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital