Na terça-feira passada (3), no norte da Síria, um líder terrorista foi morto por um míssil de alta precisão raramente utilizado, conhecido como “bomba ninja”, que é revestido com lâminas semelhantes às de espadas. A suspeita é de que o míssil tenha sido lançado por forças militares dos Estados Unidos.

O míssil Hellfire, ou AGM-114R9X, possui um conjunto de seis lâminas retráteis ao invés de uma ogiva, para minimizar os danos colaterais. Acredita-se que esse míssil tenha sido usado para matar um comandante da Al-Qaeda, do ramo Hayat Tahrir Al Sham (HTS), na província de Idlib.

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O líder, conhecido localmente como Abu Ahmad al-Muhajir, teria sido morto na primeira semana de dezembro, quando o carro em que estava viajando foi atingido por mísseis na cidade de Atmeh, perto da fronteira com a Turquia, a apenas alguns quilômetros do local onde um ataque norte-americano matou o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, no mês passado.

Ele era considerado um instrutor estrangeiro de alto nível de uma força de elite da HTS, conhecida como “Os Bandanas Vermelhas”. Outro indivíduo não identificado que estava no carro também foi morto no ataque.

Imagens do local compartilhadas nas redes sociais mostram um buraco no assento do motorista do Mitsubishi Delica, o que explica que a bomba adentrou no veículo pelo teto. Dentro do carro, sangue e carne podem ser vistos, assim como diversas marcas de cortes idênticas. Especialistas apontam para as janelas, que não se quebraram, como evidência de que o “Ninja” foi usado.

O míssil foi utilizado apenas algumas vezes no conflito na Síria que já dura oito anos. Um outro caso conhecido foi na morte de Abu Khayr al-Masri, vice-líder da Al Qaeda, em fevereiro de 2017. Masri foi morto enquanto dirigia um carro em al-Mastouma, 48 quilômetros ao sul de Atmeh.

Aviões não tripulados dos EUA, como o MQ-9 Reaper, podem carregar mísseis Hellfire e são conhecidos por realizar ataques direcionados. A bomba tem vários prós e contras. Embora sua precisão ajude a minimizar o risco de baixas civis, ele depende de informações detalhadas.

A coalizão liderada pelos EUA disse que não organizou o ataque. Contudo, outras agências americanas, como a CIA, podem ter feito o ataque unilateralmente. O país tem focado em alvejar líderes terroristas no norte da Síria, evitando a HTS em Idlib, no noroeste. O grupo islâmico controla a maior parte da província, expulsando grupos mais moderados que um dia foram dominantes. Esse seria o primeiro ataque americano a um líder da HTS desde 2017.

Via: The Telegraph