Microsoft pode estar negociando compra do TikTok

Negociação ocorre em um período conturbado entre o aplicativo e os Estados Unidos
Luiz Nogueira31/07/2020 19h02, atualizada em 31/07/2020 19h05

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Nesta sexta-feira (31), uma fonte anônima ligada diretamente ao assunto declarou que a Microsoft está negociando a compra do TikTok, aplicativo de vídeos curtos de propriedade da chinesa ByteDance. O período de conversa ocorre simultaneamente às tensões envolvendo o app e o governo dos Estados Unidos.

Recentemente, o presidente norte-americano, Donald Trump, declarou que estudava tomar medidas que proibissem a atuação do aplicativo nos Estados Unidos. A compra do app por uma empresa do próprio país pode ser a solução para mantê-lo funcionando por lá.

Apesar da revelação, não há informações sobre o quão avançadas estão as negociações. Mesmo assim, a compra, se for concretizada, pode impedir que o aplicativo continue sendo acompanhado de perto pelo governo Trump que alega que o TikTok é usado pelas autoridades chinesas como instrumento de espionagem.

Reprodução

Compra do app por uma empresa do próprio país pode ser a solução para mantê-lo funcionando por lá. Foto: Foto: iStock/ Wachiwit

Ainda nesta sexta, o site Bloomberg declarou que o presidente pondera sanções contra a empresa, como adicioná-la a uma lista que impede companhias estrangeiras de comprar produtos e serviços norte-americanos sem uma licença especial.

“Estamos de olho no TikTok. Podemos até proibi-lo. Há algumas opções. Mas muitas coisas estão acontecendo, então vamos aguardar”, disse Trump em uma entrevista coletiva antes de embarcar em um voo para a Flórida.

Escrutínio do TikTok

O aplicativo passa por um período intenso de verificações desde o fim do ano passado. “Existem vários funcionários do governo que estão analisando o risco de segurança nacional no que diz respeito ao TikTok e outros aplicativos”. Esta foi uma afirmação feita em 15 de julho pelo chefe de gabinete de Donald Trump, Mark Meadows a um grupo de repórteres.

Além dele, o secretário de Estado, Mike Pompeo e o conselheiro da Casa Branca, Peter Navarro, revelaram a Fox News – canal conservador de notícias americano de televisão a cabo – que os EUA estão pensando em proibir aplicativos chineses, dos quais o TikTok é o mais cotado em questões de segurança.

No entanto, as autoridades americanas forneceram poucas evidências de suas alegações sobre o TikTok, além de apontar para seu país de origem. Na China, especialistas dizem que, embora essas possibilidades não possam ser descartadas, o bloqueio do TikTok é uma medida drástica e que não necessariamente resolveria todos os problemas que dizem respeito aos detratores do aplicativo.

A empresa disse repetidamente que o Partido Comunista Chinês não exerce influência sobre suas operações. O aplicativo não está disponível na China, embora a ByteDance execute uma plataforma semelhante chamada Douyin no território asiático. Além disso, enfatiza que armazena dados de usuários americanos nos EUA, e que nenhum deles está sujeito às leis chinesas.

Recomendação do Anonymus

Recentemente, a famosa rede de hackers Anonymous entrou para a lista de entidades que desaconselham o uso do TikTok. No dia 1º de julho, o grupo publicou em sua conta no Twitter: “deletem o TikTok agora; se você conhece alguém que o utilize, explique que é essencialmente um malware operado pelo governo chinês que está conduzindo uma ação massiva de espionagem”.

O tuíte foi feito em resposta a outra publicação na rede social, que expunha o que um usuário do fórum Reddit supostamente havia descoberto ao revirar o código do aplicativo. De acordo com o autor do post, essas são as informações às quais o TikTok teria acesso:

  • Hardware do telefone (tipo de CPU, dimensões e resolução da tela, uso de memória, espaço de disco, entre outros)
  • Outros aplicativos instalados no celular, incluindo aqueles que foram recentemente deletados
  • Informações de rede, como Wi-Fi e IP do roteador
  • A presença de root ou jailbreak no dispositivo
  • Localização em tempo real atualizada a cada 30 segundos

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital