Teoria da conspiração diz que 5G é responsável pelo coronavírus

Comunidades nas redes sociais acreditam que os sintomas da doença, na verdade, são causados por efeitos colaterais da conexão de quinta geração
Luiz Nogueira26/02/2020 14h44, atualizada em 26/02/2020 15h00

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Teóricos da conspiração sempre têm a resposta para os problemas da humanidade, conforme surgem. E isso não foi diferente com o 5G e o coronavírus. Teorias sobre a relação entre esses dois assuntos não param de aparecer no YouTube e Facebook.

O número mais expressivo de conspiradores está presente em um grupo “anti-5G” na rede social de Mark Zuckerberg. De acordo com postagens compartilhadas pelos membros, o 5G é o principal culpado pelo vírus que infectou mais de 80 mil pessoas em todo o mundo.

O criador da comunidade, o “pesquisador de OVNIs” John Kuhles, desafiou os membros do grupo a assistirem um vídeo em que a “verdade sobre o 5G” era exposta. Para ele, a relação entre os dois assuntos é clara.

O vídeo ao qual ele se refere é o de uma teórica da conspiração chamada Dana Ashline. A mulher conversa por quase uma hora sobre os perigos do 5G e como não é apenas plausível, mas provável, que o lançamento da tecnologia em Wuhan tenha causado uma doença com sintomas de envenenamento por radiação.

Teorias

As teorias se concentram em dois pontos principais. O primeiro deles é que Wuhan foi a primeira cidade da China a lançar o 5G – e que lá é o epicentro da doença. No entanto, essa afirmação está incorreta. A cidade chinesa foi apenas uma de um total de 16 a disponibilizar a conexão. Nenhuma das outras cidades relatou casos absurdamente altos do vírus.

O segundo ponto diz que o 5G danifica o sistema imunológico, deixando as pessoas imunocomprometidas e altamente suscetíveis à doença. Não há evidências de que o 5G afeta diretamente o sistema imunológico e nem sequer provas para sustentar que a conexão de quinta geração afeta a saúde dos serem humanos.

Reprodução

A maior parte das alegações parece se basear em um estudo publicado em 2000 pelo físico Dr. Bill P. Curry. A publicação alegava que a dose de radiação que afeta o cérebro aumentou com a frequência do sinal sem fio. Isso provocou pânico em muitas pessoas, que atribuíram a chegada do 5G com potenciais riscos à saúde.

No entanto, o Dr. Curry interpretou os dados coletados de forma errônea. De acordo com especialistas de efeitos biológicos da radiação eletromagnética, esse tipo de radiação – conhecido como não ionizante – na verdade, torna mais segura a utilização de frequências mais altas. Fazendo com que a teoria do físico seja desmentida.

Mesmo com provas que refutem as teorias, os conspiradores parecem acreditar que o 5G possui grande influência no que está acontecendo em todo o mundo. Eles parecem ignorar o surto da doença e os casos registrados em países onde a conexão de quinta geração ainda não está presente.

Via: The Next Web

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital