A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou, na última quinta-feira (26), que será responsável por coordenar o ensaio clínico Solidariedade (do inglês Solidarity), da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil. A iniciativa visa testar a eficácia de diferentes tratamentos no combate à Covid-19 em pacientes hospitalizados.
O ensaio clínico acontecerá em 18 hospitais de 12 estados brasileiros e será feito com pacientes com quadro mais grave, visto que o objetivo é, justamente, atender à demanda mais urgente.
“Devemos ter calma e aguardar evidência científica sobre quais medicamentos são eficazes para tratar essa doença. Se usarmos de forma aleatória, sem comprovação da eficiência, podemos ter muitas mortes”, explicou Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz.
Os tratamentos contra o coronavírus a serem testados simultaneamente em diversas partes do mundo utilizarão as seguintes drogas:
- Remdesivir;
- Lopinavir + ritonavir;
- Cloroquina;
- Hidroxicloroquina;
- Lopinavir com ritonavir e interferon 1A.
A hidroxicloroquina, por exemplo, é uma velha conhecida da comunidade médica, já que é utilizada largamente nos tratamentos de lúpus e artrite reumatoide. Por isso, alguns profissionais decidiram usá-la off-label, ou seja, fora da prescrição original. “É uma prática que é feita para casos que chamamos de uso humanitário: quando há doenças com consequências graves para um grupo específico de pacientes, os médicos podem decidir, especificamente para em cada caso, se vale aplicar o medicamento”, disse Lima.
Inclusive, um dos pretextos do ensaio clínico é que os tratamentos sejam adaptáveis, mudando, se necessário, caso as evidências apontem para adequações, descontinuações ou incorporações de drogas. Além disso, uma comissão central fará análises durante todo o processo para impedir que os pacientes sejam expostos a medicamentos ineficazes ou com alta toxicidade.
A iniciativa começará assim que o Ministério da Saúde, o qual desembolsará R$ 4 milhões, enviar as drogas. “Os resultados serão trazidos no menor tempo possível, teremos respostas ao longo do tempo”, afirmou Valdiléa Veloso, diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI).
Via: Uol