Desde que a pandemia do novo coronavírus se espalhou, uma das esperanças para a contenção da doença era a chamada imunidade de rebanho. Isso acontece quando um parcela tão significativa da população possui anticorpos contra o vírus que, mesmo aqueles que não têm, estão protegidos, já que ele não tem muitos “alvos”. Agora, porém, Mike Ryan, diretor de operações da Organização Mundial da Saúde (OMS), descartou tal possibilidade.

A organização chegou à conclusão depois de que estudos feitos em mais de 50 países apontarem que menos de 10% das pessoas possui anticorpos contra o Sars-Cov-2. Entre os profissionais da saúde e aqueles que trabalham na primeira linha de combate à doença, esse número sobe para apenas 25%.

publicidade

“Isso significa que a maioria da população mundial continua suscetível à infecção e que o vírus tem a oportunidade de circular”, destacou Maria van Kerkhove, diretora técnica da OMS. Além disso, ela afirmou que é necessário que todos tenham consciência do momento enfrentado pelo mundo e que decisões precisam ser tomadas. “Suas vidas dependem disso”, destacou.

ReproduçãoMike Ryan, da OMS, descarta imunidade de rebanho para combater coronavírus. Foto: Reprodução

publicidade

O diretor de operações da OMS também criticou os governos que ainda apostam na imunidade de rebanho. “Não há, para mim, uma questão. Há um longo caminho para isso e vamos continuar longe disso sem uma vacina”, afirmou. “Como uma população global, não estamos nem perto dos níveis de imunidade capazes de parar essa doença”, alertou Ryan.

Para que seja possível considerar este tipo de imunidade, as taxas de pessoas com anticorpos devem subir a, pelo menos, 80% ou 60% da população, ainda assim, a OMS descarta a estratégia como possível. “Precisamos nos focar em suprimir a transmissão e não esperar que a imunidade de rebanho seja nossa salvação”, finalizou.

publicidade

Patente de vacina na China

O governo da China forneceu à CanSino Biologics, empresa biofarmacêutica, aprovação da patente da vacina Ad5-nCOV, criada pela companhia em parceria com a Academia de Ciências Militares da China. Essa é a primeira aprovação concedida pelo país a um possível candidato a imunizante contra o novo coronavírus.

A patente foi concedida pelo Escritório Nacional de Propriedade Intelectual em 11 de agosto, mas só foi divulgada no domingo (16). A concessão abre portas para uma possível produção “em massa, em um curto período de tempo”, segundo o jornal chinês People’s Daily.

publicidade

Via: Uol