Covid-19: governo libera uso da cloroquina mesmo em casos leves

Orientação, voltada para a rede pública de saúde, sugere que o medicamento seja usado em conjunto com azitromicina
Luiz Nogueira20/05/2020 13h41

20200319112040

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Nesta quarta-feira (20), o Ministério da Saúde divulgou um protocolo para aplicação de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento contra o novo coronavírus em pacientes infectados – inclusive os que apresentam sintomas leves. O protocolo ainda sugere que ambos devem ser ministrados juntamente do antibiótico azitromicina. As descrições presentes no documento são orientações para a rede pública de saúde.

A publicação do protocolo foi feita no momento em que o ministério é comandado pelo general Eduardo Pazuello, indicado como ministro interino pelo presidente Jair Bolsonaro após Nelson Teich deixar o cargo por divergências em relação ao uso do medicamento na semana passada.

De acordo com o protocolo, cabe aos médicos avaliarem a situação do paciente e prescrever o remédio. No entanto, muitos deles temem a pressão pelo uso da droga. Além disso, o documento descreve que o paciente que aceitar ser medicado com cloroquina e hidroxicloroquina deve assinar um termo de consentimento antes de iniciar o tratamento.

O termo vai indicar que os remédios podem causar efeitos colaterais como disfunção cardíaca e alterações visuais, por exemplo. Ambos possuem semelhanças, como a substância cloroquina na composição, mas diferem nos efeitos adversos – a hidroxicloroquina é considerada um “pouco mais segura” por possuir menos efeitos colaterais.

O documento que deve ser assinado reforça que “não há, até o momento, estudos demonstrando melhora clínica dos pacientes com Covid-19 quando tratados com hidroxicloroquina”. Pelo contrário, pesquisas realizadas por instituições do mundo todo indicam que os medicamentos podem até aumentar o risco de morte.

Uso do medicamento

Segundo o governo, são listados como sintomas leves coriza, diarreia, dor abdominal, febre, tosse, entre outros. A recomendação de aplicação da cloroquina é de 450 miligramas a cada doze horas no primeiro dia em que for ministrada. Do segundo ao quinto dia de tratamento, a indicação é de utilizar a mesma quantidade a cada 24 horas.

Como dito, ele deve ser tomado em conjunto com a azitromicina. Cada paciente em tratamento deve receber uma dose de 500 miligramas do antibiótico uma vez por dia, durante os cinco dias de medicação.

Outro método possível para os casos de sintomas leves indica combinar a azitromicina com o sulfato de hidroxicloroquina. A dose aplicada seria ministrada no mesmo período da cloroquina – cinco dias -, mas em quantidade menor, de 400 miligramas. Para os casos considerados moderados, com tosse e febre, a recomendação de uso é a mesma.

Via: Uol

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital