EUA testam transfusão de plasma sanguíneo no tratamento da Covid-19

Hospital de Houston é o primeiro do país a realizar o experimento; na China, de cinco pacientes testados, três se recuperaram
Luiz Nogueira31/03/2020 12h11, atualizada em 31/03/2020 12h35

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Um hospital de Houston, nos Estados Unidos é o primeiro do país a transfundir plasma sanguíneo de um paciente recuperado da Covid-19 para outro que está gravemente doente. Essa é uma terapia experimental que pode ser usada na luta contra o novo coronavírus.

A transfusão ocorreu no último sábado (28), no Houston Methodist Hospital. O paciente que doou o plasma estava com boa condição de saúde por mais de duas semanas. O procedimento, conhecido como uso de soro convalescente, não é necessariamente novo. A primeira aplicação da técnica ocorreu em 1918, durante a pandemia de gripe espanhola. Além de ser adotada em surtos subsequentes de doenças infecciosas durante o século XX.

“Se uma infusão de soro convalescente pode ajudar a salvar a vida de um paciente gravemente doente, a aplicação de todos os recursos de nosso banco de sangue e nosso centro médico acadêmico é a coisa certa a se fazer”, declara Marc Boom, presidente e CEO da Houston Methodist.

O hospital começou a recrutar cerca de 250 pessoas recuperadas da doença para servirem de doadores, assim que a Food and Drug Administration, agência de assuntos de saúde, deu o aval regulatório e definiu as diretrizes para a realização da pesquisa.

A doação de plasma é semelhante à de sangue, em que os indivíduos são conectados a um dispositivo que extrai o plasma e retorna os glóbulos vermelhos para o corpo simultaneamente. O processo geralmente leva cerca de uma hora e pode ser feito com mais frequência do que doações de sangue – que devem ser realizadas apenas entre 60 e 90 dias.

Eficácia na China

O procedimento foi adotado pelos EUA após a China mostrar resultados animadores com o tratamento. De acordo com informações da Fox News, cinco pacientes, com idades entre 36 e 65 anos, receberam uma transfusão de plasma experimental que continha um “anticorpo neutralizante”.

Após o recebimento do tratamento, quatro dos cinco pacientes apresentaram normalização da temperatura corporal. Além disso, a mesma proporção de indivíduos teve seus problemas respiratórios resolvidos em 12 dias após a transfusão. Três deles ainda puderam ser retirados dos ventiladores duas semanas após o tratamento. Por fim, novamente, um trio dos indivíduos receberam alta e os outros dois permanecem internados em condição estável.

Via: Fox News

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital