Covid-19: tratamento com anticorpos começa a ser testado nos EUA

Em testes de laboratório, medicamento criado conseguiu impedir a infecção de células saudáveis
Luiz Nogueira01/06/2020 19h15

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De acordo com a CNN, a empresa farmacêutica americana Eli Lilly and Company informou que iniciou a primeira fase de testes em humanos de um novo tratamento contra a Covid-19 que utiliza anticorpos produzidos em laboratório nos Estados Unidos.

A primeira etapa tem como objetivo determinar se a criação é segura para aplicação. Os pacientes que participarão dos testes estão internados nos hospitais Cedars-Sinais, em Los Angeles; New York University’s Grossman School of Medice, em Nova York; e Emory Universiy, em Atlanta. A equipe responsável espera obter resultados ainda no mês de junho.

Se os testes forem positivos, a empresa espera que o tratamento esteja disponível para o público ainda este ano. O projeto foi realizado em colaboração com a companhia de biotecnologia AbCellera.

Tratamento

Quando uma pessoa é infectada pela doença, seu corpo começa a produzir anticorpos para combatê-la. Considerando isso, cientistas americanos colheram uma amostra de sangue do indivíduo apontado como o primeiro paciente do país a se recuperar do vírus.

A partir disso, a empresa farmacêutica projetou o tratamento com base em um processo chamado de terapia com anticorpos monoclonais. Até o momento, esse processo já foi utilizado no combate a outras doenças, como Aids, Ebola e até câncer.

Todo o esforço aplicado pela Eli Lilly and Company resultou no LY-Cov555, um medicamento que conseguiu impedir a infecção das células saudáveis em testes in vitro.

Aplicação

Caso a primeira fase tenha resultados satisfatórios, a segunda etapa deve incluir a análise da possibilidade de ministrar o medicamento em pessoas não-hospitalizadas. Além disso, a ideia é usá-lo de maneira preventiva em pacientes que apresentam situação vulnerável, em que a vacina, quando estiver disponível, não pode ser aplicada.

É importante lembrar que o uso da nova terapia depende de um “timing” de aplicação. Isso porque a doença possui dois estágios de infecção: o primeiro deles acontece logo no começo, quando a replicação viral está presente em níveis descontrolados; em seguida, há uma resposta inflamatória exagerada do paciente, provocando agravamento do quadro.

Por isso, a ideia é utilizar o medicamento enquanto o indivíduo está na primeira fase da infecção, garantindo que a replicação viral seja controlada e não haja complicações.

Via: Uol

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital