Covid-19: entenda o que é um vírus endêmico

Especialistas afirmam que o novo coronavírus pode nunca desaparecer
Redação22/05/2020 23h50, atualizada em 22/05/2020 23h55

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Em todo o planeta, mais de 4,3 milhões de pessoas já foram infectadas pela Covid-19, das quais mais de 300 mil morreram. Considerando que se trata de um vírus extremamente contagioso, os especialistas não sabem dizer ao certo quando o contágio pode ser interrompido, e agora dizem que o vírus pode nunca desaparecer.

Michael Ryan, diretor-executivo da OMS, afirmou: “O coronavírus pode se tornar outro vírus endêmico em nossas comunidades e nunca desaparecer. Acho importante sermos realistas e não me parece que alguém possa prever quando a doença desaparecerá”, completou.

Mas, afinal, o que é um vírus endêmico? A definição pode ser encontrada no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. O CDC explica que endêmica “refere-se à presença constante e/ou prevalência habitual de uma doença ou agente infeccioso em uma população de uma área geográfica”.

Reprodução

Foto: iStock/Spondylolithesis

Eles também incluem o termo “hiperendêmico”, que se refere a altos e persistentes níveis de ocorrência da doença. Rosalind Eggo, especialista em doenças infecciosas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, acrescentou: “A infecção endêmica está presente em uma área permanentemente, o ano todo, o tempo todo, ano após ano”.

No caso do Brasil, a dengue é um exemplo de uma doença endêmica, pois acontece em determinadas regiões todos os anos. Porém, a existência de um vírus endêmico não deve ser confundida com a de uma epidemia ou pandemia.

A OMS pondera que, apesar do novo coronavírus ter potencial para se tornar um vírus endêmico, isso não significa que seja incontrolável. Ryan mencionou o caso do HIV, o vírus que pode causar a Aids, em seu discursso. “O HIV não desapareceu, mas encontramos uma maneira de conviver com o vírus. Encontramos tratamentos e métodos de prevenção. As pessoas não se sentem assustadas como no início e podemos garantir a vida de quem vive com o vírus”, explicou.

Segundo dados da OMS, até o ano de 2018, a Aids havia matado mais de 32 milhões de pessoas e cerca de 40 milhões viviam com o vírus.

A OMS afirma: “Apesar de continuar sendo um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, a infecção pelo HIV se tornou um problema de saúde crônico suportável que permite que as pessoas que tenham o vírus levem uma vida longa e saudável”.

Isso acontece porque a medicina conseguiu desenvolver diagnósticos precoces e tratamentos paliativos. No entanto, não existe cura.

Via: BBC

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital