A América do Sul, em especial o Brasil, é o novo epicentro da pandemia de Covid-19 no planeta, na visão da Organização Mundial de Saúde (OMS). A declaração foi dada por Michael Ryan, diretor do programa de emergências da agência em conferência de imprensa desta sexta-feira (22).

Ryan foi questionado sobre a situação brasileira quando mencionou que a maior concentração de casos está na região de São Paulo, mas com crises graves também presentes nos estados de Amazonas, que também tem a maior taxa de ataque do vírus, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Na sequência, ele confirmou que toda a parte sul do continente americano já pode ser considerada um novo epicentro.

“De certa forma, a América do Sul virou um novo epicentro para a doença. Temos visto muitos países sul-americanos com números crescentes de casos e claramente há uma preocupação com muitos desses países, mas certamente o Brasil é o mais afetado neste momento”, disse Ryan.

A China foi o primeiro epicentro da doença, principalmente a região de Wuhan, que viu o número de casos disparar entre dezembro de 2019 e fevereiro deste ano até conseguir controlar o vírus com medidas agressivas de lockdown. Posteriormente, o epicentro migrou para a Europa, com crises agudas na Itália e na Espanha, e outras situações preocupantes na França e no Reino Unido. Na sequência, foi a vez dos Estados Unidos, que hoje concentram o maior número de casos confirmados e mortes. Hoje, o Brasil já figura como o país com o segundo maior número de óbitos anunciados diariamente.

Ele também criticou a decisão do governo brasileiro em recomendar a hidroxicloroquina como tratamento para Covid-19, alertando sobre a falta de evidências científicas sobre o seu benefício para os pacientes.

“Nós também notamos que o governo brasileiro aprovou o uso da hidroxicloroquina para uso amplo, mas apontamos o fato de que nossas avaliações clínicas e sistemáticas conduzidas pela Organização Pan-Americana da Saúde sobre as evidências clínicas não apoiam o uso amplo da hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19. Não enquanto os testes estiverem completos e tivermos resultados claros”, concluiu Ryan.