Butantan freta seis aviões para importar matéria-prima da CoronaVac

Instituto aguarda autorização chinesa para trazer o material; voos serão feitos separadamente ao longo de algumas semanas
Davi Medeiros30/10/2020 15h28, atualizada em 30/10/2020 16h05

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Após receber aval da Anvisa, o Instituto Butantan reservou seis aviões para importar a matéria-prima relativa à fabricação da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 a ser produzida em São Paulo. O Instituto, agora, aguarda autorização da China para dar início ao transporte.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o líquido será trazido do país asiático em contêineres a uma temperatura entre 2 ºC e 8 ºC. Os voos não serão feitos todos no mesmo dia, mas separadamente ao longo de algumas semanas. A previsão de chegada do material é em até 17 dias após a aprovação da China.

Além dos seis aviões fretados pelo Butantan, uma parcela da mercadoria virá distribuída em outros três aviões de carreira. Essa cota inclui as 5 milhões de doses já prontas que o laboratório Sinovac Biotech enviará ao Brasil.

O lote de 5 milhões foi anunciado em setembro pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Segundo ele, o imunizante já estará em território nacional, envasado e pronto para aplicação quando tiver eficácia comprovada. A estimativa é que o estado tenha cerca de 100 milhões de doses em maio de 2021.

A CoronaVac está sendo testada no Brasil desde julho. A terceira e última etapa de testes com a vacina envolve milhares de voluntários em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

Os primeiros resultados da última etapa de ensaios clínicos com a substância foram divulgados recentemente. Os dados demonstram “alto perfil de segurança”, mas ainda não comprovam a eficácia do imunizante.

Reprodução

João Doria (PSDB) promete 100 milhões de doses da CoronaVac para 2021. Imagem: Governo de São Paulo 

Paralelamente, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também aguarda a chegada de matéria-prima da China para dar início à produção da vacina de Oxford. O curioso é que, embora o imunizante tenha procedência britânica, os insumos utilizados em sua fabricação são chineses, o que pegou de surpresa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Nas últimas semanas, o chefe do Executivo tem reafirmado sua desconfiança em relação aos produtos provenientes do país asiático, chegando inclusive a dizer, na última semana, que a vacina chinesa não transmite segurança “por conta de sua origem”.

Atualmente, Bolsonaro e o governador de São Paulo protagonizam uma batalha discursiva sobre a obrigatoriedade da vacinação.

Em setembro, Doria afirmou que as doses recebidas pelo Butantan serão distribuídas nacionalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e, em 16 de outubro, anunciou que a CoronaVac será obrigatória aos moradores de São Paulo, exceto para aqueles que apresentem restrições médicas comprovadas.

Via: Folha de S. Paulo

Colaboração para o Olhar Digital

Davi Medeiros é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital