Autoridades chinesas estão preparando uma investigação contra o Google com base em legislações antitruste, segundo fontes da Reuters. A alegação é que a empresa direcionou o Android de forma que a sua dominância propositalmente impeça a competição justa no mercado de plataformas móveis.

A ação foi proposta no fim de 2019 pela Huawei e acatada recentemente pelos órgãos reguladores de mercado no país asiático. Segundo as fontes, o governo está analisando a ideia de seguir em frente com a ação, e tomará uma decisão em outubro.

As mesmas fontes indicam que, dada a atual relação comercial entre EUA e China, isso também pode ter um peso na escolha do governo nas eleições de novembro.

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Hegemonia do Android motiva governo chinês a preparar ação antitruste contra o Google. Imagem: nekoroid/Flicker 

No presente momento, não dá para afirmar que as ações do governo norte-americano sejam a motivação por trás das ações, mas a proposta vem após uma série de ataques de Donald Trump ao governo chinês: em agosto, o presidente americano proibiu que o app WeChat (Tencent) processasse pagamentos para a China, ao mesmo tempo, ordenou que o TikTok (ByteDance) vendesse suas operações nos EUA para continuar operando no país.

Antes disso, Trump emitiu ordens de banimento comercial à ZTE e Huawei, além de ser personagem ativo na prisão e recentes processos judiciais envolvendo Meng Wanzhou, CFO e filha do fundador da empresa de telefonia asiática. Tudo isso, segundo o governo dos EUA, serviu como prevenção à acusação de que as empresas chinesas estariam secretamente coletando informações de usuários e de companhias americanas e repassando-as ao governo chinês, que nega as afirmações.

Legislação comercial chinesa

Paralelamente, a China está reformulando sua legislação comercial, com propostas de alteração que incluem o aumento dos valores de multa e um critério mais abrangente de julgamento para acusados de práticas anticompetitivas – especialmente no que tange ao controle de uma empresa sobre um determinado mercado. Segundo o Statista, o Android representava quase 75% do mercado mobile mundial até junho de 2020 – e mais de 80% no mercado chinês.

Até o momento, nem Google, nem Huawei ou representantes do governo chinês comentaram o caso. As fontes da Reuters pediram pelo anonimato por estarem em proximidade aos procedimentos.

Fonte: Reuters