Instituto Butantan ampliará fábrica para produzir vacina contra Covid-19

Investimento permitiria produção de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac
Renato Santino15/09/2020 01h34

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O governo de São Paulo anunciou um investimento para ampliação da capacidade de produção de vacinas do Instituto Butantan, projetando atender à altíssima demanda por um imunizante eficaz e seguro contra a Covid-19. As obras terão início em novembro e devem se prolongar até setembro de 2021.

A ideia é que a nova área seja dedicada, inicialmente, à produção exclusiva da vacina para a Covid-19, mais especificamente a CoronaVac, que está em testes no Brasil em uma parceria entre o governo do estado de SP e o laboratório chinês Sinovac. No entanto, o local também poderá ser usado para produção de outras vacinas no futuro.

A expectativa do instituto é que, com a ampliação, seja possível produzir 100 milhões de doses da CoronaVac por ano a partir de 2022. A produção seria importante não só para utilização interna, mas também para exportação para a América Latina.

Por enquanto, as projeções para a CoronaVac são otimistas, mas modestas. João Doria revelou que a vacina produziu resposta imunológica em 98% dos idosos em que foi testada, o que é uma taxa promissora, mas referente à fase 2 de testes, que não mede se essa resposta realmente é capaz de proteger o indivíduo. Nas palavras do próprio governador, a projeção é de distribuição de apenas 15 milhões de doses para o SUS até dezembro. Considerando que se prevê a aplicação de duas doses por pessoa, seria suficiente para apenas 7,5 milhões de brasileiros, provavelmente de grupos prioritários, como profissionais de saúde e portadores de comorbidades e idosos. O Butantan, no entanto, projeta ter 100 milhões de doses prontas para distribuição no país em maio de 2021.

O Instituto Butanta prevê que a partir de outubro já seja possível fazer uma avaliação sobre a eficácia da vacina em testes, o que poderia permitir o seu registro com a Anvisa e a distribuição no país.

O investimento para essa expansão não será barato, no entanto, com previsão de custos na casa de R$ 160 milhões. O governo de SP diz que R$ 97 milhões já estão garantidos como doações de empresas privadas, sem contrapartidas. A quantia já é suficiente para permitir o planejamento e o início da obra.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital