Há pouco mais de um ano, cientistas revelaram a primeira imagem de um buraco negro real. O projeto começou em 1993 e contou com a participação de 200 pesquisadores. Agora, a equipe do Event Horizon Telescope, a mesma por trás da foto do buraco negro, resolveu ir além e transformou o registro em um filme.

Para isso, foi necessário extrair dados antigos e combiná-los com um modelo matemático baseado na imagem de um ano atrás. O resultado mostra como os arredores do buraco negro mudaram ao longo de oito anos como resultado de sua atração gravitacional.

Apesar de o modelo envolver um pouco de “adivinhação”, ele fornece informações valiosas sobre o comportamento dos buracos negros e sua gravidade. “Como o fluxo de matéria que cai em um buraco negro é turbulento, podemos ver que o anel oscila com o tempo”, destacou Maciek Wielgus, principal autor do estudo.

Buracos negros “estupendamente grandes”

O maior buraco negro que conhecemos é TON 618, um quasar a 10,4 bilhões de anos-luz, com 66 bilhões de vezes a massa do Sol. Mas um trio de cientistas está propondo que esses corpos celestes podem atingir tamanhos ainda maiores, os chamados “buracos negros estupendamente grandes” (“stupendously large black holes”, ou SLABs) com a massa de 100 bilhões de sóis ou mais.

Os dois teóricos da cosmologia, Florian Kühnel, da Ludwig Maximilian University em Munique e Bernard Carr, da Queen Mary University de Londres, e Luca Visinelli, astrofísico de partículas da Universidade de Amsterdã ainda vão além: esses gigantes podem ajudar a explicar a natureza de uma fração significativa da matéria escura. Os cientistas detalharam suas descobertas em um estudo que está no banco de dados de pré-impressão arXiv – e ainda carecem de revisão formal por pares.

Via: The Next Web