De acordo com um estudo publicado, jatos emanados de um famoso buraco negro estão navegando a cerca de 99% da velocidade da luz. Pesquisadores do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CfA) observaram jatos velozes saindo de um buraco negro localizado na galáxia Messier 87* – o mesmo buraco negro fotografado pela primeira vez no ano passado.

As observações foram possíveis ao utilizar o Observatório de Raio-x Chandra, da Nasa. “Esta não é a primeira vez que velocidades extremas por jatos de um buraco negro são captadas usando dados de raio-X”, disse Ralph Kraft, um dos autores do estudo.

Quando a matéria chega próxima de um buraco negro, sua composição entra em um padrão de movimento chamado de disco de acúmulo. Durante esse movimento, partes do disco de acreção caem dentro do buraco negro. Como uma espécie de reação, um percentual desse material é redirecionado para fora em forma de jatos. 

Para estudar esse fenômeno, os pesquisadores usaram observações do Chandra de 2012 e 2017. Com isso, foi possível rastrear o movimento dos jatos que estavam a cerca de 900 e 2.500 anos-luz do buraco negro, e que diminuíram de um ano para o outro.

Foto: NASA/CXC/Villanova University/J. Neilsen

“Uma das leis inquebráveis da física é que nada pode se mover mais rápido que a velocidade da luz”, declarou Brad Snios, coautor do artigo. “Não quebramos a física, mas encontramos um exemplo de um fenômeno incrível chamado movimento superluminal”, completou.

O movimento superluminal ocorre quando objetos viajam a velocidades próximas à luz em uma direção próxima de nossa linha de visão. O fenômeno faz com que se tenha a ilusão de que o movimento do jato é maior que a velocidade da luz, por isso pode ser que não seja esse o caso.

Esse movimento já havia sido visto há algum tempo em ondas de rádio e ópticas pelos astrônomos. Entretanto, eles não foram capazes de comprovar a velocidade que o jato se movia.

As informações coletadas usando o Chandra complementam os dados do Event Horizon Telescope (EHT). “É como se o Event Horizon Telescope estivesse dando uma visão aproximada de um lançador de foguetes e Chandra está nos mostrando os foguetes em voo”, disse Paul Nulsen, coautor do estudo e membro da CfA.

Via: Space