Nova ‘minilua’ que se aproxima da Terra intriga astrônomos

Isso porque, observações preliminares indicam propriedades que mostram algo feito pelo homem
Luiz Nogueira22/09/2020 16h06, atualizada em 22/09/2020 16h30

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A Lua é uma companheira constante da Terra há bilhões de anos. No entanto, não é a única. Ocasionalmente, algum objeto menor fica temporariamente “preso” na órbita do nosso planeta, pairando por algum tempo – meses ou anos – antes de ser lançado de volta ao espaço.

Especialistas chamam esses objetos de ‘miniluas‘ e, embora muitos deles sejam detectados, somente dois foram confirmados como tal – 2006 RH120, que ficou em órbita entre 2006 e 2007, e 2020 CD3, que esteve por aqui entre 2018 e 2020.

Agora, astrônomos parecem ter avistado um novo objeto, que recebeu o nome 2020 SO. Foi descoberto que ele está em trajetória de aproximação e, em breve, deverá ser capturado pela gravidade da Terra. Sua chegada deve ocorrer em outubro de 2020 – e estimativas apontam que a ‘minulua’ pode ficar por aqui até maio de 2021. No entanto, há características que intrigam os especialistas.

Reprodução

‘Minilua’ 2020 CD3, que esteve por aqui entre 2018 e 2020. Foto: Observatório Gemini

Por conta da natureza da aproximação – e a presença de uma órbita semelhante à da Terra -, os astrônomos concluíram que suas características se assemelham com algo feito pelo homem. Isso faz com que se acredite que o objeto seja lixo espacial, especificamente o estágio Centauro de um foguete que levou uma carga experimental ao espaço em setembro de 1966.

Peças reutilizáveis de foguete são uma invenção recente, porque a recuperação é difícil tecnicamente. A solução mais utilizada até então era que alguns estágios eram projetados para se desintegrar. No entanto, outros, quando cumprem seu papel, são descartados no espaço, criando muito lixo espacial, esse pode ser o caso do objeto detectado.

Observação dos cientistas

O tamanho estimado do 2020 SO corresponde ao presente no estágio Centauro do lançamento da década de 1960. De acordo com um banco de dados da Nasa, a descoberta recente possui entre 6,4 e 14 metros de comprimento, enquanto a peça descartada mede 12,68 metros.

Asteroides comuns são detectados no céu como objetos brilhantes em movimento. A partir disso, pode-se medir sua velocidade e a órbita, além de fazer estimativas de tamanho. No entanto, é impossível determinar isso sem observações mais detalhadas.

Os especialistas indicam que o 2020 SO poderá fazer duas investidas em direção à Terra. A primeira no início de dezembro, momento em que ele passará a cerca de 50 mil quilômetros do planeta. No próximo ano, em fevereiro, ele estará a 220 mil quilômetros.

Felizmente, nenhuma das duas investidas será perto o suficiente para fazer com que entre na atmosfera. Por isso, o objeto não representa nenhum perigo para a Terra. Além disso, sua velocidade mais baixa, aliada a proximidade, pode fazer com que os cientistas consigam detectar exatamente o que é o 2020 SO.

Se o objeto for de fato o estágio do foguete de 1966, significa que ele está no espaço há 54 anos, mostrando que a tecnologia feita pelo homem pode aguentar o vazio por décadas. Caso não seja, sua passagem pode ajudar a entender outros objetos que se aproximarão da Terra no futuro.

Via: Science Alert

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital