Uma equipe internacional de astrônomos registrou 15 imagens das bordas internas de discos formadores de planetas localizados a centenas de anos-luz de distância. Essas estruturas, formadas por poeira e gás, se formam em torno de jovens estrelas. As imagens lançam uma nova luz sobre a formação dos sistemas planetários.

Os discos formadores de planetas, chamados de protoplanetários, se formam junto com a estrela que rodeiam. Os grãos de poeira podem crescer, levando à formação de planetas. Acredita-se que os rochosos, como a Terra, se formem nas regiões internas dos discos.

“Precisávamos visualizar os detalhes para poder identificar padrões da formação dos planetas e caracterizar as propriedades dos discos”, afirmou Jacques Kluska, principal autor da pesquisa. Isso exigiu uma técnica diferente da usada normalmente, com telescópios de espelho único. Para isso, a equipe usou um método chamado interferometria infravermelha.

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Método utilizado

A equipe combinou a luz coletada por quatro telescópios no Very Large Telescope. No entanto, os detalhes dos discos precisavam ser recuperados com reconstrução matemática, semelhante como a maneira que fizeram a primeira imagem de um buraco negro. “Tivemos que remover a luz da estrela, pois isso atrapalhava o nível de detalhe que podíamos ver nos discos”, explicou Kluska.

“Distinguir detalhes na escala das órbitas de planetas rochosos como a Terra ou Júpiter é equivalente a ser capaz de ver um humano na Lua ou distinguir um fio de cabelo a 10 km de distância”, afirmou Jean-Philippe Berger, participante do projeto.

Segundo ele, a interferometria infravermelha está se tornando rotineiramente usada para descobrir os mínimos detalhes dos objetos astronômicos. “Combinar essa técnica com a matemática avançada finalmente nos permite transformar os resultados dessas observações em imagens”.

Via: Phys