‘Dança’ de estrela ao redor de buraco negro comprova teoria de Einstein

Observações apontam para um movimento de órbita que forma uma roseta e não uma elipse, como havia sido previsto na Teoria da Gravitação de Isaac Newton
Luiz Nogueira16/04/2020 13h54, atualizada em 16/04/2020 14h50

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Novamente, a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein foi colocada à prova. Dessa vez, após quase três décadas de monitoramento, foi detectada uma mudança sutil na órbita da estrela S2, localizada próxima ao buraco negro Sagitário A*, no centro da Via Láctea – esse movimento corresponde exatamente ao descrito pelo físico.

Para chegar ao resultado, foram utilizadas observações feitas com o Very Large Telescope (VLT) do European Southern Observatory (ESO). Com os dados, Reinhard Genzel e sua equipe, que estão por trás do programa durante as quase três décadas, puderam perceber que a órbita da estrela apresenta a forma de uma roseta, e não de uma elipse – prevista na Teoria da Gravitação de Isaac Newton.

“A Relatividade Geral de Einstein prevê que as órbitas ligadas de um objeto em torno de outro não são fechadas, como descrito na Gravitação Newtoniana, mas que se movem na direção do plano do movimento. Este efeito famoso — observado pela primeira vez na órbita que o planeta Mercúrio descreve em torno do Sol — se tratou da primeira evidência a favor da Relatividade Geral. Detectamos agora, um século mais tarde, este mesmo efeito no movimento de uma das estrelas que orbita a fonte rádio compacta Sagitário A*”, declara Genzel.

Afirmar que a órbita da S2 se move na direção do plano de movimentos quer dizer que o ponto mais próximo do buraco negro muda a cada órbita, fazendo com que a seguinte se encontre rodada em relação à anterior, fazendo com que o percurso siga a forma de uma roseta.

A Teoria da Relatividade Geral apresenta informações precisas sobre o quanto uma órbita muda. As observações recentes corroboram essas indicações e mostram que a teoria está correta. Este efeito, conhecido como precessão de Schwarzchild, nunca havia sido observado em uma estrela próxima a um buraco negro.

Fonte: ESO

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital