São Paulo flagra queda de satélite de Elon Musk; assista

Objeto teve retorno programado por problemas de funcionamento; filmagens do fenômeno tomaram as redes sociais
Leticia Riente14/09/2020 11h28, atualizada em 14/09/2020 12h38

20200914092320

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um satélite do projeto Starlink, de Elon Musk, retornou à atmosfera da Terra na última sexta-feira (11). O evento pôde ser visto a olho nu no Brasil e foi filmado não só por astrônomos, mas também por moradores. Nas próximas semanas, outros satélites da marca também devem voltar ao planeta, mas desta vez, sem chances de serem vistos no país.

O equipamento flagrado por brasileiros é o Starlink-32, que foi lançado ao espaço no ano passado com a ajuda do foguete Falcon-9. Segundo dados orbitais do corpo celeste, a volta à Terra já estava prevista para ocorrer nesta data e neste local, sendo vista do Brasil ou sobre o Oceano Atlântico.

De acordo com relatos, não foi difícil identificar a chegada do satélite à Terra, pois em eventos como este, o equipamento se despedaça e queima ao entrar na atmosfera novamente. Por isso, é relativamente fácil ver bolas de fogo em conjunto descendo calmamente pelo céu.

Além de moradores, que inclusive se referiram ao fato como a queda de um meteorito ou um OVNI, câmeras da Exoss e da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) também registraram o momento (por volta das 23 horas) em que o Starlink-32 voltou ao nosso mundo.

A Bramon divulgou imagens de duas de suas estações instaladas em Nhandeara, São Paulo, bem como as registradas pelo parceiro Clima ao Vivo, em Monte Azul Paulista, também no estado paulista. Com as filmagens, é possível calcular a trajetória do objeto, que provavelmente começou a queimar acima do Centro-Oeste e Sudeste. Ainda por conta do caminho que fez durante a queda, o Starlink pode ter deixado pequenos detritos por São Paulo.

“Quando as câmeras iniciaram a gravação, o satélite já estava completamente fragmentado, passando sobre Paranaíba, Mato Grosso do Sul. Os fragmentos seguiram lentamente na direção sudeste. A gravação foi interrompida quando eles passavam sobre o município paulista de Lins. Temos umas câmeras mais ao Sul que não registraram os detritos, então não devem ter ido muito longe”, afirmou Marcelo Zurita, diretor técnico da Bramon.

Já na estação da Exoss, situada em Novais (SP), o astrônomo coordenador do projeto, Marcelo De Cicco, declarou que “descartamos de primeira que pudesse ser um meteoro ou um bólido. Logo identificamos que era um lixo espacial e divulgamos, para que as pessoas não se preocupassem”, ressaltou.

Vale destacar que, na semana passada, foi a vez de um morador dos Emirados Árabes registrar o mesmo evento, mas este relacionado ao Starlink-40.

Satélites Starlink

O projeto da SpaceX, de Elon Musk, possui um objetivo peculiar: construir uma constelação gigante de pelo menos 12 mil satélites. Cabe frisar que, para mensurar a dimensão deste projeto, é possível fazer a comparação com as cerca de 9 mil estrelas visíveis na Terra atualmente. A constelação possibilitaria um enorme sistema global de internet, mais rápida e barata. Inclusive esta rede já entrou em fase de testes em poucos locais dos Estados Unidos e Canadá.

Para tal proeza, o Starlink já lançou 700 mini satélites à órbita. No entanto, alguns destes equipamentos apresentaram problemas em seus primeiro testes, assim como o visto no Brasil na sexta-feira. Por conta das deficiências de funcionamento destes objetos, alguns deles estão sendo “derrubados” e trazidos de volta à Terra.

 Reprodução

Starlink, projeto da empresa SpaceX, quer grande rede de internet por satélite. Créditos: Rafa Press/Shutterstock

Mas mesmo que a queda destes corpos celestes produza bolas de fogo no céu, os humanos podem ficar tranquilos quanto às chances de acidentes com os destroços destes equipamentos. Por serem pequenos, pesando cerca de 230 kg, trata-se de uma estrutura frágil, com uma fina camada metálica que acolhe instrumentos e painéis solares. Além disso, os 27 mil km/h de velocidade orbital resultam na queimada de quase toda sua estrutura.

Sobre o plano de Musk, astrônomos afirmam que ele pode atrapalhar diversos estudos sobre o espaço feitos a partir do nosso planeta.

Fonte: Uol

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital