A operadora espanhola Hispasat anunciou nesta sexta-feira (10) a contratação da fabricante francesa Thales Alenia Space para a manufatura do satélite Amazonas Nexus. O equipamento será colocado em órbita no segundo semestre de 2022, na posição orbital brasileira de 61° Oeste, em substituição ao Amazonas 2. Os valores não foram revelados.
A localização é uma das previstas na minuta do edital de novo leilão de posições orbitais da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A inclusão do local no texto, que esteve em consulta pública até o final do ano passado, recebeu críticas da Hispamar, subsidiária brasileira da Hispasat.
De acordo com a empresa, o edital proposto é ilegal sob a ótica da nova Lei Geral de Telecomunicações, que prevê a renovação sucessiva do direito de uso de posições orbitais. A 61° Oeste já é ocupada com três satélites: além do Amazonas 2, estão posicionados ali o Amazonas 3 e o Amazonas 5. A outorga atual é prevista para se encerrar em 2025.
A Anatel ainda não definiu o formato do certame, portanto ainda não é possível afirmar se a posição será licitada ou se a companhia terá direito à renovação sucessiva. O edital ainda pode ser alterado, incluindo as considerações recebidas na consulta pública, e aprovado pelo conselho diretor da agência.
No entanto, o anúncio de hoje deixa claro que a empresa conta com a renovação automática da licença, sem risco de lidar com as especulações de uma disputa licitatória. A Hispasat tem uma frota global de dez satélites, dos quais seis operam no Brasil ou cobrem parte do país.
A assinatura do contrato de construção entre a Hispasat e a Thales aconteceu na cidade de Madri, na Espanha. O novo satélite é classificado como de alto rendimento (HTS). Com mais capacidade, ampliará a cobertura e a atuação da companhia nos mercados de mobilidade, transporte aéreo e marítmo.
Outros focos de atuação serão a conectividade remota e o backbone para redes celulares. Os atuais clientes que usam a capacidade do Amazonas 2 serão migrados para o novo equipamento, quando este estiver operacional.
A Thales Alenia será responsável pelo desenho, produção, testes em solo e em órbita antes do início do funcionamento comercial do satélite.
O Nexus terá um “processador digital transparente” (DTP) que reorienta geograficamente a capacidade do artefato conforme a necessidade comercial da empresa. O processador age em tempo real, articulando a capacidade de transmissão de dados a todo instante entre os diferentes pontos na Terra.
A Hispasat afirma que o Nexus será o mais eficiente dos satélites já lançados pela empresa. Será capaz de cobrir todo o continente americano, as áreas de maior tráfego marítimo e aéreo do Oceano Atlântico e a Groenlândia. O satélite usará tanto a banda Ka quanto a banda Ku.
O Nexus será construído com base na plataforma Spacebus NEO da Thales Alenia Spaces. Terá propulsão totalmente elétrica, vida útil estimada de 15 anos, 20 kW de potência e massa de 4,5 toneladas.
Via: TeleSíntese