A Agência Espacial Europeia (ESA) continua a procurar e entender outros planetas habitáveis, mas teve que adiar o lançamento do satélite CHEOPS após identificar um problema de software, faltando menos de uma hora para a decolagem. A ESA confirmou que o adiamento deve ser de pelo menos um dia.

O satélite seria lançado em um foguete Soyuz-Fregat em Kourou, Guiana Francesa, às 3h54 do horário local (6h54 a.m no horário de Brasília) nesta terça-feira (17). A ESA transmitirá o novo lançamento ao vivo, em seu site.

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Ele está previsto para ser lançado em uma órbita incomum, de polo a polo, a cerca de 800 quilômetros acima da Terra. Para se ter uma ideia, o Telescópio Espacial Hubble orbita cerca de 350 milhas acima da superfície e movimenta-se de oeste para o leste; enquanto isso, o CHEOPS circulará ao longo do terminador da Terra, a zona de crepúsculo que separa o planeta entre dia e noite, tendo sua câmera permanentemente apontada para o lado escuro.

 

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Porque o CHEOPS é tão diferente de outros “caçadores de exoplanetas’?

Nas últimas décadas, milhares de exoplanetas foram descobertos por astrônomos como Michel Mayor e Didier Queloz, da Universidade de Genebra, vencedores do Prêmio Nobel de Física deste ano. Outros telescópios também investigam outros locais habitáveis, como o Kepler e TESS, da Nasa, e o Corot, da ESA.

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O que difere o CHEOPS dos demais é que, em vez de procurar mais planetas, ele estudará alguns que já foram descobertos para entendê-los melhor. Para isso, realizará medições precisas de seus tamanhos, observando pequenas quedas no brilho de suas estrelas domésticas à medida que os planetas passam à sua frente (método conhecido como “piscar”). Aliado à oscilação, esses dados vão fornecer informações sobre a densidade desses planetas e sua natureza.

O satélite focará em estrelas com exoplanetas que variam entre a massa da Terra e de Netuno. Porém, vale lembrar que nem todos esses sistemas estarão alinhados para que as condições de observação forneçam os dados explicados acima, mas a ESA estima que pelo menos meia dúzia deve atender aos critérios de investigação. Os planetas analisados podem fornecer informações na linha divisória entre as chamadas Super Terras (planetas rochosos e muito maiores que o nosso, como Kepler-62f) e os envoltos por gás, chamados de mini-Netuno.

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Enquanto isso, a investigação terrestre por exoplanetas continua e fornece informações valiosas ao CHEOPS e outros satélites que procuram locais habitáveis. Grande parte desse trabalho usa o método de oscilação, o “piscar”, como nos espectroscópicos especiais chilenos HARPS e ESPRESSO, construídos para detectar essas ocorrências em estrelas distantes.

 

Via: New York Times