Júpiter possui 79 luas orbitando ao seu redor. A maior delas é Ganímedes, descoberta em 1610 por Galileu. Apesar de ter sido encontrada há muito tempo, não havia tecnologia suficiente para vê-la em detalhes até pouco tempo atrás. Agora, pela primeira vez, a sonda Juno, da Nasa, conseguiu fotografar o polo norte do satélite natural.
Apesar de já ser sabido que a Ganímedes, além de ser maior que Mercúrio e Plutão, possui seu próprio campo magnético, um oceano interno e uma atmosfera incrivelmente fina, as imagens permitiram mapear pela primeira vez a sua região norte. Por meio das fotografias, foi possível notar uma forma incomum de gelo, não encontrada na Terra.
Isso acontece porque o campo magnético filtra as partículas do Sol em sua direção e, sem uma atmosfera forte o suficiente, chove plasma de gelo na lua de Júpiter. “É um fenômeno que pudemos aprender pela primeira vez com a Juno porque conseguimos ver o polo Norte em sua totalidade”, destacou o coinvestigador do Instituto Nacional de Astrofísica em Roma, Alessandro Mura.
Imagens registradas do polo Norte de Ganímedes. Foto: Nasa
O plasma impede que o gelo assuma sua forma comum na Terra. Aqui, a água congelada se torna uma estrutura cristalina, formada por camadas de moléculas de água em uma treliça de anéis hexagonais. Já em Ganímedes, o gelo não possui um formato específico. Sua molécula é desordenada, sem treliças ou anéis. Analisar essas estruturas pode ajudar a entender a formação das luas de Júpiter e suas evoluções.
A sonda Juno é, por enquanto, a única a explorar o satélite natural. Isso, porém, deve mudar logo. A Agência Espacial Europeia vai lançar a Jupiter Icy Moons Explorer (Juice) em 2022, com previsão de chegada em 2029. Em 2032, a exploração de Ganímedes deve começar.
Lua Europa “vaza” água no espaço
Em um estudo recente publicado na Geophysical Research Letters, a Agência Espacial Europeia (ESA) descreve que encontrou evidências de que uma das luas de Júpiter, conhecida como Europa, está derramando plumas de água no espaço. Esse fenômeno sugere que a lua gelada pode conter vasos oceânicos subterrâneos – que alguns pesquisadores suspeitam que possam abrigar vida.
Há anos astrônomos sugerem que a lua “vaza” água. O novo estudo serve de comprovação para isso. Os dados para construção da pesquisa foram coletados pela sonda Galileo durante um sobrevoo da lua Europa no ano 2.000.
Via: CNet