No fim de semana passado, o segundo estágio de um foguete russo realizou uma reentrada na atmosfera da Terra. O evento foi registrado por dezenas de espectadores no sul do Texas e no México.

De acordo com Jonathan McDowell, astrônomo do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, o fenômeno faz parte do lançamento do foguete russo Souyuz, que colocou em órbita um satélite misterioso chamado Kosmos-2543.

A grande bola de fogo no céu impressiona. No entanto, segundo McDowell, é uma ocorrência bastante comum. “Houve milhares de reentradas assim ao longo dos anos”, informa. Quando partes de foguetes se soltam, são quase impossíveis de rastrear. Isso porque, quando estão reentrando na atmosfera, elas tornam-se grandes bolas de fogo à medida que esquentam.

Embora seja raro, algumas partes podem sobreviver à reentrada e cair no chão. Foi o que aconteceu com a China e o foguete Long March 5B. Em maio, o estágio principal do foguete reentrou na atmosfera e caiu no Oceano Atlântico. Mesmo não sendo reutilizável, foi possível recuperar a sucata de quase 20 toneladas.

Resgate de peças

Na segunda-feira (20), a SpaceX também conseguiu recuperar ambas as metades da carenagem que protege a carga no nariz do foguete Falcon 9. Essa foi a primeira vez que a empresa conseguiu fazer isso.

Após se separarem no trajeto até a órbita, elas retornaram à Terra de para-quedas e foram apanhadas em imensas redes em dois barcos da SpaceX, o Ms. Tree e Ms. Chief. Em 12 tentativas anteriores, desde fevereiro de 2018, a empresa havia conseguido recuperar no máximo uma das metades.

É um esforço que vale a pena, considerando juntas elas valem cerca de US$ 6 milhões. A SpaceX já recuperou, e reusou, carenagens que pousaram no oceano, mas apanhá-las antes que caiam na água reduz as chances de danos e encurta o processo de inspeção antes que a peça possa ser reusada.

O próximo marco na história da SpaceX deve acontecer no dia 2 de agosto, quando a Crew Dragon trará Hurley e Behnken de volta à Terra. A empresa já se prepara para sua segunda missão tripulada, a Crew-1, que levará quatro astronautas ao espaço e deve acontecer em setembro.

Via: Futurism