Método de análise inédito revela estrutura dinâmica do vírus HIV

Nova ferramenta permitirá entender melhor as alterações que ocorrem na estrutura do vírus em sua maturação, além de viabilizar o desenvolvimento de novos tratamentos
Fabiana Rolfini21/07/2020 19h08, atualizada em 21/07/2020 19h15

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Um novo método de observação usado por pesquisadores americanos revelou que a treliça composta por proteínas que permite a formação de vírus como o HIV é dinâmica — e não estática, como imaginava a comunidade científica.

A técnica em questão é a de iPALM (microscopia de localização fotoativada interferométrica). Com ela, físicos da Universidade de Utah conseguiram gerar imagens de partículas semelhantes a vírus em tempo real, à temperatura ambiente, superando as limitações dos métodos de microscopia eletrônica de estática.

Como explicam os cientistas em artigo publicado no Biophysical Journal, a nova ferramenta será importante para entender melhor as alterações que ocorrem na estrutura do vírus durante sua fase de maturação. A descoberta também vai permitir o desenvolvimento de novos tratamentos ou medicamentos que bloqueiam a ação do vírus.

“Isso abre uma nova linha de estudo”, declarou Ipsita Saha, líder do estudo e pesquisadora da universidade. “Você pode estudar qualquer estrutura biomédica com isso”, acrescentou.

Reprodução

Estrutura dinâmica do vírus HIV. Foto: Saha and Saffarian/Biophysical Journal

Tempo para infecção

Quando o HIV sai de uma célula infectada, leva um tempo até ele se tornar infeccioso. Nesse período, ocorre a dimerização, processo pelo qual a enzima protease se liga a moléculas semelhantes e desencadeia a maturação viral, tornando o vírus infeccioso.

Ninguém sabe exatamente como essas moléculas se encontram e amadurecem; mas acredita-se que o processo esteja relacionado ao arranjo da treliça formada pelas principais proteínas que compõem a estrutura do HIV: a gag e gag-pol.

Agora, segundo os pesquisadores, novos estudos dentro da estrutura imatura dos vírus totalmente infecciosos devem ser capazes de esclarecer ainda mais esses mecanismos.

Via: Science Alert

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital