Um encontro entre duas estrelas espalhou seus restos mortais pelo canto do espaço de maneira espetacular. E graças à tecnologia, podemos ver o resultado. O fenômeno ocorreu quando uma estrela que esta estava morrendo se expandiu e engoliu outra estrela massiva. A “vítima” começou a espiralar em direção à outra, fazendo com que ela se desprendesse prematuramente de suas camadas externas.
O resultado da colisão foi uma nuvem complexa de gás, fenômeno que deixa os astrônomos perplexos há décadas. Porém, usando os recursos do rádio-observatório Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), os segredos vieram à tona.
As estrelas que possuem aproximadamente a massa do nosso Sol têm um caminho evolutivo conhecido. Quando elas fundem todo o hidrogênio em seus núcleos em hélio, a fusão nuclear no interior cessa e o núcleo começa a se contrair. Isso leva mais hidrogênio para a região imediatamente ao redor do núcleo, formando uma concha de hidrogênio. Com isso, a fusão se inicia novamente, despejando hélio no núcleo. Esse fenômeno é conhecido como queima de concha de hidrogênio.
Durante esse período, as camadas externas da estrela se expandem. Quando todo o hidrogênio estiver fundido, a estrela vai começar a fundir hélio e, quando todo o elemento no núcleo se fundir em oxigênio e carbono, o núcleo se contrai novamente e a estrela começa a se expandir de novo.
A equipe da Universidade de Tecnologia de Chalmers, na Suécia, reconstruiu o evento, que foi considerado bastante violento. A estrela que morreu estava se expandindo e envolveu a estrela menor, que espiralou em direção ao núcleo do gigante vermelho, mas parou antes de colidir. Isso fez com que a estrela entrasse em erupção prematuramente, ejetando explosivamente suas camadas de gás.
Embora o cenário seja incomum, ele pode ajudar os astrônomos a conectar os pontos entre os estágios evolutivos das estrelas. “Atualmente, podemos descrever os processos de morte comuns a muitas estrelas parecidas com o Sol, mas não podemos explicar exatamente como elas acontecem”, afirmou a astrônoma Sofia Ramstedt, da Universidade de Uppsala, na Suécia.
“O evento nos fornece pistas importantes para resolver esse quebra-cabeça, pois atualmente está em uma curta fase de transição entre os estágios evolutivos mais bem estudados”, concluiu.
Via: Science Alert