Desvendado o motivo de colisão de buracos negros com massas diferentes

Explosão aconteceu há um ano, mas apenas agora foi possível entender o que tornava a explosão 'algo nunca visto antes'
Redação20/04/2020 14h05, atualizada em 20/04/2020 14h38

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Há pouco mais de um ano, em 12 de abril de 2019, a colaboração Ligo-Virgo detectou ondas gravitacionais ondulando no espaço-tempo a partir da colisão de dois buracos negros. Apesar de não ser algo fora do comum, os astrônomos revelaram que a explosão foi “algo nunca visto antes”. Agora, finalmente descobriram o porquê.

Normalmente, os buracos negros envolvidos em uma colisão possuem massa semelhante, entre 20 e 40 vezes a do Sol. Porém, a explosão GW 190412 aconteceu quando um buraco negro com 29,7 massas solares colidiu com um de apenas 8,4 massas solares. “Nenhuma dessas massas é surpreendente demais por si só. O que há de novo é a proporção das massas”, explicou Christopher Berry, astrônomo da Northwestern University e da Ligo Collaboration.

O resultado dessa colisão desigual é uma diferença entre a frequência das ondas gravitacionais. Quando os buracos negros têm massa semelhante, elas retornam à mesma posição relativa a cada órbita. Porém, quando o sistema apresenta um desequilíbrio de massas, a órbita é desigual, o que produz uma segunda frequência de onda gravitacional mais fraca.

Mais descobertas

Além disso, o sistema permitiu aos astrônomos realizarem diversas outras medições. Foi possível determinar que o buraco negro maior estava girando, o que só foi detectado anteriormente em outras duas ocasiões. Esse movimento de rotação pode dar pistas de como um binário tão desigual surgiu.

É possível que os buracos negros se formem separadamente, se juntando posteriormente. A alta velocidade de giro, no entanto, sugere que ele pode ter se fundido com outros buracos negros anteriormente.

No momento, ainda é difícil determinar exatamente como o sistema surgiu. Porém, é possível que não precise de muito tempo para descobrir. A colaboração Ligo-Virgo está fazendo novas detecções a cada poucos dias, o que pode agilizar novas descobertas.

Via: Science Alert

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital