Astrônomos encontram quasar mais poderoso já registrado

O imenso núcleo galáctico ativo, que possui 8,6 bilhões de vezes a massa do Sol, emite ventos de até 136,8 milhões de km/h
Renato Mota17/04/2020 18h19

20200417032318

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Buracos negros supermassivos que ficam no centro das galáxias distantes, os quasares estão entre os objetos mais brilhantes e energéticos do universo. Ao sugar a matéria de suas galáxias vizinhas, os quasares aquecem os materiais ao seu redor, criando discos superaquecidos que emitem “ventos” por pressão magnética e radiação. Esses ventos são tão poderosos que reduzem a formação de estrelas em volta do núcleo galáctico.

Pesquisadores da Western University, do Canadá, usaram o telescópio Gemini North em Maunakea, no Havaí, para detectar o vento mais poderoso entre os já medidos. Esse fluxo, que está viajando a quase 13% da velocidade da luz, carrega energia suficiente para impactar a formação de estrelas em uma galáxia inteira.

“Embora ventos de alta velocidade tenham sido observados anteriormente em quasares, eles são finos e carregam apenas uma quantidade relativamente pequena de massa”, explica a astrônoma Sarah Gallagher, principal autora da nova pesquisa. “O fluxo deste quasar varre uma tremenda quantidade de massa a velocidades incríveis”.

O quasar em questão atende pelo nome de SDSS J135246.37 + 423923.5, fica a 60 bilhões de anos-luz da Terra e é produzido por um buraco negro supermassivo que contém mais de 8,6 bilhões de vezes a massa do Sol (ou duas mil vezes a massa do buraco negro no centro de nossa própria galáxia, o Sagittarius A*). De acordo com o levantamento feito pela equipe de Gallagher, seus ventos podem atingir até 30 mil quilômetros por segundo, ou 136,8 milhões de km/h.

A descoberta da equipe sugere que mais quasares igualmente poderosos podem ser encontrados. “Não sabemos quantos desses objetos extraordinários existem em nossos catálogos de quasares que ainda não conhecemos”, afirma Hyunseop Choi, da Universidade de Oklahoma, que também colaborou no estudo. “Como o software automatizado geralmente identifica quasares por linhas de emissão fortes ou pela cor azul – duas propriedades que o SDSS J135246.37 + 423923.5 não possui – é possível que existam mais desses quasares com vazão tremendamente poderosa, mas escondida das nossas pesquisas”, completa.

Via: Space.com

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital