Cientistas da Califórnia acreditam ter calculado o peso exato de matéria existente no universo. O resultado dos estudos mostrou que o espaço é formado por 31,5% (cerca de 1,3%) de matéria, e que o restante é composto por energia escura. A pesquisa foi publicada na semana passada no The Astrophysical Journal.
Para o cálculo, os estudiosos mediram matéria luminosa, que podemos ver e tocar, e matéria escura invisível, encontrada em 1,8 mil aglomerados de galáxias. Para determinar a quantidade de matéria, é preciso calcular este número por unidade de volume com previsões de simulações numéricas. O problema é que aglomerados atuais se formaram a partir de matéria que entrou em colapso ao longo de bilhões de anos sob sua própria gravidade.
Para o estudo, os cientistas utilizaram de medidas de aglomerados de galáxias. Créditos: Nuamfolio/Shutterstock
Mas a dificuldade foi superada pelos cientistas por meio do método “GalWeight”, uma espécie de ferramenta cosmológica para medir a massa de um aglomerado de galáxias utilizando as órbitas de suas galáxias membros. Assim, o grupo elaborou um catálogo de galáxias para comparar com estes aglomerados, resultando nas simulações necessárias para determinar a quantidade total de matéria no universo.
Diante do estudo, os cientistas acreditam ter o melhor modelo do equilíbrio entre toda a matéria e energia no espaço. “A grande vantagem de usar nossa técnica [medida] foi que nossa equipe foi capaz de determinar a massa para cada grupo individualmente, em vez de confiar em métodos estatísticos mais indiretos”, complementou Anatoly Klypin, especialista em simulações numéricas e cosmologia.
Átomo por metro cúbico
Para exemplificar melhor o que os 31,5% do resultado da pesquisa significa, Mohamed Abdullah, um dos autores do estudo e físico da Universidade da Califórnia, explica que se cada átomo do espaço fosse separado e espaçado de maneira uniforme, poderiam ser encontrados apenas seis em cada metro cúbico por volume.
“Na realidade, a maior parte desta matéria não consiste em átomos de hidrogênio, mas sim de um tipo de matéria que os cosmologistas ainda não entendem”, revelou Abdullah.
Fonte: Futurism/Science Daily