Ao lado da eletricidade, o hidrogênio é o futuro dos combustíveis para um planeta com menos emissões de poluentes. Infelizmente, seu processo de produção é complicado e custa muito caro ainda, mas uma nova fórmula pode virar esse jogo.

Em geral, o hidrogênio é produzido por meio de catalisadores de titânio, que desperdiçam muita energia no processo que visa separar os átomos do combustível de outras moléculas para evitar explosões catastróficas. A energia utilizada nessa etapa é tão grande que acaba tornando o resultado inviável.

Ao pensar nisso, cientistas da Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveram uma fórmula que, além de baratear a produção, facilita o processo de separação. Com a luz de uma lâmpada de mercúrio-xenônio, um tipo específico de ferrugem (α-FeOOH) e uma solução que mistura água e metanol, é possível produzir 25 vezes mais hidrogênio que os métodos comuns.

Ao trocar o titânio por ferrugem, o hidrogênio gerado parece não conseguir se agrupar com o oxigênio resultante, o que facilita a separação dos elementos e reduz o risco de explosões. “Ficamos realmente surpresos com a geração de hidrogênio usando esse catalisador, porque a maioria dos óxidos de ferro não se reduz ao hidrogênio”, contou Ken-ichi Katsumata, cientista de materiais e um dos condutores da pesquisa.

Além de ser mais comum e, consequentemente, mais barato que outros tipos de catalisadores, a α-FeOOH também é muito estável: de acordo com os pesquisadores, foi possível manter testes em laboratório por 400 horas sem problemas. Já que não passa de um simples desperdício orgânico, a ferrugem pode causar uma reviravolta na forma como o hidrogênio é tratado e utilizado, já que pela primeira vez o combustível pareceu algo interessante comercialmente.

 

Via: ScienceAlert