Eles estão entre as pessoas mais ricas do mundo, mas nem por isso deixam de entrar em enrascadas pelas suas próprias mãos. CEOs de grandes empresas de tecnologia deixaram de ser magnatas escondidos em escritórios para se tornarem celebridades da mídia – e com isso acabam pagando um certo preço.

Como não poderia deixar de ser, o maior colecionador de polêmicas entre os executivos de Tecnologia é o bilionário sul-africano Elon Musk. CEO da Tesla, SpaceX e Boring Company, Musk já causou debates infindáveis nas redes sociais com declarações “inofensivas”, como quando brincou que as famosas pirâmides do Egito teriam sido construídas por alienígenas, mas também dá opiniões potencialmente perigosas – especialmente recentemente, com seu comportamento negacionista em relação à Covid-19.

Em 2018, quando um time de futebol e seu treinador ficaram presos em uma caverna na Tailândia, o mergulhador Vernon Unsworth afirmou que o submarino criado por Musk para ajudar no resgate era um “truque de relações públicas” e que ele deveria enfiá-lo “onde dói”. O executivo pegou pesado na  resposta, chamou o Unsworth de “pedófilo” e acabou sendo processado – apesar de ter pedido desculpas e apagado o post na rede social. Posteriormente, Musk acabou vencendo o processo.

Reprodução/Flickr

Atualmente, Musk é o “rei” das polêmicas nas redes sociais. Imagem: Reprodução/Flickr

Em julho deste ano, em meio à crise causada na Bolívia que acabou culminando com a renúncia do presidente Evo Morales, Musk acabou vendo um comentário seu usado em meio à guerra diplomática. Ao ser questionado sobre uma suposta participação no que teria sido um golpe de estado aplicado pelo governo dos Estados Unidos, ele respondeu: “vamos dar um golpe em quem nós quisermos, lide com isso”. O tuíte foi usado por Morales como uma prova do suposto golpe, que teria sido motivado por uma jazida de lítio no país.

Outro “clássico” recente de Musk envolve nada menos do que o nome do seu primeiro filho com a cantora Grimes. X Æ A-12 nasceu em maio deste ano, mas teve que ser rebatizado para se adequar às leis californianas. O símbolo Æ, lido como “ash” foi substituído por AE, enquanto o número 12 foi trocado por XII, sua versão em numeral romano. O garoto, cujo apelido é “baby X”, agora chama-se X AE A-XII.

Polemista “raiz”

Porém, Musk só é a versão menos transloucada de outro polêmico executivo de tecnologia:  John McAfee. Fundador de uma das maiores empresas de segurança digital, o britânico já se envolveu (supostamente) com tráfico de drogas, fundou seu próprio partido político e concorreu à presidência dos EUA.

Também um negacionista da gravidade da Covid-19, McAfee foi detido em um aeroporto na Noruega, quando tentava retornar da Catalunha para a Alemanha, por se recusar a substituir uma “máscara” em forma de calcinha de renda por um modelo “aprovado pelos médicos”.

“Visitei a Catalunha pouco antes da Europa proibir os catalães de viajar. Tentei retornar à Alemanha, mas minha entrada foi recusada. Eles exigiam que usássemos máscaras. Coloquei minha máscara de calcinha. Eles exigiram que eu a trocasse. Eu recusei. Confusão. Cadeia. Olho roxo. Libertado”, contou o empresário no Twitter.

Reprodução

John McAfee e sua “máscara”. Imagem: Reprodução/Twitter

Em outra mensagem ele disse: “Minha máscara contra o coronavírus é o problema. Insisto que é a mais segura disponível, e me recuso a usar qualquer outra coisa – pelo bem da minha saúde”.

Em aventuras passadas, McAfee se ofereceu para descriptografar um iPhone para o FBI, na época em que a Justiça dos EUA emitiu um mandado que obriga a Apple a criar uma ferramenta para hackear o iOS. Na contramão dessa proposta, ele ofereceu US$ 100 mil a quem conseguisse hackear sua carteira digital Bitfi (o desafio teria como objetivo acabar com o mito de que “tudo pode ser hackeado”).

Para a surpresa de poucos, em outubro o empresário foi preso no aeroporto de Barcelona, na Espanha, ao tentar embarcar para Istambul, na Turquia. McAfee foi indiciado por fraude e sonegação de impostos e aguarda extradição para os EUA. Ele teria utilizado vários métodos de evasão fiscal, incluindo o uso de contas de criptomoedas, e compras de imóveis, um iate e um carro em nome de terceiros.

Outros executivos de TI até se metem em confusões, mas em um grau bem menor. Larry Ellison, ex-CEO da Oracle e sétima pessoa mais rica do mundo, já pagou detetives particulares para vasculhar o lixo de uma empresa que trabalhava com a rival Microsoft, na época sob uma investigação antitruste. Ele também teria comprado a casa vizinha a sua por US$ 40 milhões porque as árvores estavam bloqueando sua vista.

Algumas ações parecem mesmo jogada de marketing, como quando o fundador do Twitter, Jack Dorsey, enviou tufos dos pelos da sua barba para a rapper Azealia Banks fazer amuletos de proteção contra o Estado Islâmico. A ideia era que a artista (que aparentemente também é bruxa) ajudasse o executivo em troca da divulgação de um álbum. O negócio não teria avançado.

Embora hoje passe uma ideia de estoicismo e controle, Mark Zuckerberg também teve seus anos de polêmica. O fundador do Facebook chegou a dizer, nos primeiros anos da empresa, que os usuários do site eram “idiotas” por “confiar” seus dados a ele. Em meio a acusações sobre como sua rede não bania conteúdos negacionistas do Holocausto, Zuckerberg afirmou que embora fosse judeu e achasse isso “profundamente ofensivo”, ele não achava que essas crenças deveriam ser censuradas na plataforma.

Via: TechAdvisor