A Microsoft anunciou a exclusividade no licenciamento do modelo de linguagem de inteligência artificial GPT-3 para utilização em suas plataformas em nuvem. Com isso, o serviço Azure ganha ainda mais poder de análise e recursos de desenvolvimento.

A parceria com a empresa californiana OpenAI, desenvolvedora de plataformas de IA, com um aporte de US$ 1 bilhão, rendeu à gigante de Seattle o direito de licenciamento de algumas das propriedades intelectuais da startup para utilização e comercialização.

Além disso, a desenvolvedora realizaria treinamentos e executaria seus testes dentro do serviço Azure para criar a nova geração de hardwares. Em maio, durante a Build 2020, a Microsoft anunciou seu novo supercomputador e o listou como o quinto mais poderoso do mundo. Os números assustam. São 285 mil processadores, 10 mil placas gráficas e cerca de 400 Gbps de conexão para cada placa.

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Mas não é só o hardware que impressiona. O poder de compreensão do modelo GPT-3 é motivo de fascínio por parte da comunidade de pesquisadores na área. A professora Melanie Mitchell, da Universidade Estadual de Portland, encontrou evidências de que a linguagem consegue fazer analogias primitivas. Já na Universade de Columbia, Raphaël Millière pediu que a GPT-3 compusesse uma resposta para dissertações filosóficas.

Inclusão do modelo de linguagem GPT-3 na plataforma Azure visa trazer ainda mais potência e possibilidades para o usuário – Foto: Pixabay/Pexels

No entanto, todo esse poder de compreensão e criação de respostas trouxe uma grande preocupação. Com as eleições estadunidenses chegando, a luz de alerta para o mau uso da ferramenta foi acesa. De certa forma, a inteligência poderia ser usada para criar notícias falsas e gerar uma rede de desinformação com bastante facilidade.

Para evitar isso, os desenvolvedores têm aplicado um filtro de toxicidade, onde determinados temas são excluídos pela GPT-3 de forma automática. Mas o desafio está na sensibilidade desse filtro. Por exemplo, tem-se a intensão de evitar que sejam criados discursos antissemitas pela ferramenta, mas sem impedir que o tema judaísmo seja estudado por ela.

Mais investimentos na plataforma Azure

Esse não é um movimento isolado da Microsoft para expandir e melhorar os recursos oferecidos pela sua plataforma em nuvem. Recentemente, a empresa recuperou um container com servidores que ficou submerso no mar para testes.

Outra grande conquista foi a de fechar acordos com a Sony para que a Azure seja a plataforma oficial de hospedagem dos seus servidores de jogos. A própria Microsoft costuma citar e demonstrar as capacidades da sua nuvem para desenvolvimento e execução de games.

A ideia é tornar a ferramenta mais uma opção no mercado das gigantes da nuvem, que hoje conta com a Amazon e seu serviço AWS, além do Google e sua plataforma GCP. São serviços que podem ser utilizados de múltiplas formas, como IaaS (infraestrutura como serviço), PaaS (plataforma como serviço) e SaaS (software como serviço).

Fonte: Venture Beat