A Moderna confirmou nesta segunda-feira (30) a eficácia de sua vacina contra a Covid-19: 94,1%. Apesar de o número ser ligeiramente menor do que o anunciado anteriormente (94,5%), a farmacêutica já está dando prosseguimento aos trâmites para conseguir autorização emergencial da aplicação do imunizante nos EUA e Reino Unido. A intenção é imunizar, primeiro, profissionais da área da saúde nos dois países.
A Food and Drugs Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, deve apresentar em 17 de dezembro um parecer quanto ao pedido. Ao site Fox Business, o CEO da Moderna, Stephane Bancel, declarou que “nosso objetivo é começar a vacinar os americanos dentro de 24 horas após a aprovação do FDA”.
We just announced the primary efficacy analysis in the Phase 3 COVE study for mRNA-1273, our COVID-19 vaccine candidate and that today, we plan to request an Emergency Use Authorization from the U.S. FDA & conditional approval from the EMA. Read more: https://t.co/90FbcVHdWN pic.twitter.com/36tpY0QeFl
— Moderna (@moderna_tx) November 30, 2020
Fase 3 dos testes
O anúncio vem com os resultados obtidos na fase 3 dos testes da dose da Moderna. Segundo a BBC, 30 mil pessoas participaram dos experimentos, sendo que metade recebeu o placebo e a outra metade a vacina real. Cabe destacar que, nesta fase, efeitos colaterais graves não foram registrados.
Ainda durante os estudos, 185 voluntários que faziam parte do grupo que recebeu o placebo foram infectados com a doença, sendo que alguns encontraram-se em estado grave. Por outro lado, houve 11 casos no grupo que recebeu a vacina, sendo que nenhum ficou em estado grave, o que traz outra importante informação sobre a dose da Moderna: em todos os casos, ela evitou quadros graves de Covid, resultando em 100% de eficácia.
De acordo com Bancel, “esta análise primária positiva confirma a capacidade da nossa vacina de prevenir a Covid-19 com 94,1% de eficácia e, mais importante, a capacidade de prevenir a Covid-19 grave. Acreditamos que nossa vacina fornecerá uma ferramenta nova e poderosa que pode mudar o curso desta pandemia e ajudar a prevenir doenças graves, hospitalizações e morte”.
Moderna está pedindo aos EUA e Reino Unido autorização para aplicar sua dose contra a Covid-19. Créditos: Carlos l Vives/Shutterstock
O resultado também se aplica a todas as idades e etnias envolvidas no ensaio, sendo que 33 foram adultos com mais de 65 anos, e 42 se identificaram como hispânicos, negros, asiático-americanos ou multirraciais.
Vale ainda lembrar que se autorizada, a Moderna deverá produzir um número significativo de doses, sendo que nos EUA são necessários pelo menos 20 milhões este ano, e ainda 80 milhões para 2021.
O Brasil não comprou a vacina da Moderna, mas há pouco dias, o Ministério da Saúde se reuniu com representantes da farmacêutica para discutir o assunto.
Outras vacinas
A Pfizer também anunciou recentemente que pediu autorização à FDA para utilizar sua dose contra a Covid-19 de forma emergencial. O departamento deve divulgar uma resposta formal em 10 de dezembro. Já a Inglaterra, sobre a mesma dose, afirmou que a vacinação já deve começar na semana que vem.
A dose da AstraZeneca, que está sendo elaborada em parceria com a Universidade de Oxford, deve ainda demorar mais um pouco para entrar neste mesmo processo.
Fonte: Tech Crunch