Ações da Netflix e Zoom caem com eficácia de vacina Pfizer para Covid-19

Empresas conhecidas pelo apelo de trabalho ou entretenimento remoto, como Netflix e apps de videoconferência, caíram cerca de 15% após anunciada a eficácia de imunizantes da Pfizer
Rafael Arbulu09/11/2020 14h21

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Depois que as farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram uma eficácia acima de 90% de sua vacina em desenvolvimento contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), diversas empresas conhecidas por aplicações “do lar” apresentaram forte queda no valor de ações na abertura de mercado na manhã desta segunda-feira (9).

A Zoom Technologies, dona do app de videoconferência homônimo, foi a que mais sentiu o golpe: pela manhã, seus papéis desvalorizaram em 15%. Outras empresas com valoração em queda incluem Amazon (3,4%), Netflix (5,4%) e Shopify (5,1%). Todas elas se beneficiaram do interesse de investidores durante o início da pandemia, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o isolamento social e práticas de quarentena como prevenção à Covid-19.

Nesta segunda-feira, porém, investidores parecem ter mudado seu foco, redirecionando sua atenção para empresas que teriam a ganhar com a eventual reabertura de mercado e retomada econômica. Os bancos Bank of America e JP Morgan Chase, por exemplo, apresentaram alta de 8% e 7,2%, respectivamente. Linhas aéreas e marítimas de turismo também se elevaram: Carnival Corp., Royal Caribbean e Norwegian Cruise subiram mais de 20%, ao passo que a American Airlines subiu mais que 22%.

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A Zoom Technologies viu suas ações entrarem em forte queda após anúncios positivos de vacina em teste contra o novo coronavírus. Imagem: Ymphotos/Shutterstock

Vacina da Pfizer comanda flutuação de mercado

Essas mudanças no valor de ações das empresas vêm, todas, do mesmo lugar: hoje, a Pfizer anunciou que pretende pedir, ainda em 2020, a autorização de oferta pública de sua vacina em pesquisa contra a Covid-19, após confirmar que, em testes, ela apresentou eficácia de 90%. Especialistas do setor afirmaram, nas últimas semanas, que esperavam algo dentro da margem de 75% de eficácia, mas ao que tudo indica, a Pfizer superou essa expectativa.

Segundo Albert Boula, CEO da Pfizer, “este é um grande dia para a ciência e para a humanidade. Estamos alcançando este ponto crítico em nosso programa de desenvolvimento de uma vacina no momento em que o mundo mais precisa, com taxas de infecção atingindo novos recordes, hospitais quase excedendo sua capacidade e dificuldade na reabertura das economias”.

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A Pfizer afirmou que, em testes com voluntários, sua vacina contra a Covid-19 apresentou mais de 90% de eficácia. Imagem: Dmitriy Kandinskiy/Shutterstock

William Schaffner, especialista em doenças infecciosas da Vanderbilt University School of Medicine em Nashville, nos EUA, afirma que “os dados de eficácia são realmente impressionantes. Isto é melhor do que muitos de nós esperávamos. O estudo ainda não está completo, mas ainda assim os dados parecem bastante sólidos”.

A empresa ambiciona obter a autorização para uso em uma ampla margem de pacientes – dos 16 aos 85 anos de idade –, mas ainda precisa de aproximadamente dois meses de dados adicionais de desempenho positivo em pelo menos 50% dos 44 mil voluntários que testaram os medicamentos, incluindo alguns brasileiros.

Fonte: CNBC

Colaboração para o Olhar Digital

Rafael Arbulu é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital