O Departamento de Defesa dos Estados Unidos manteve sua decisão nesta sexta-feira (4) de assinar um contrato no valor de US$ 10 bilhões com a Microsoft para fornecimento de armazenamento de dados em nuvem para o projeto JEDI (Joint Enterprise Defense Infrastructure). A decisão, porém, não deve acabar com a acirrada disputa judicial envolvendo o caso.
Há mais de seis meses um juiz federal suspendeu os trabalhos sobre o contrato em resposta a uma ação movida pela Amazon que alega interferência por parte do presidente Donald Trump e da própria Justiça dos EUA. A Amazon abriu o processo em novembro alegando Trump de influenciar a decisão que negou à empresa o acordo. A empresa era vista como favorita para fechar a parceria.
A disputa pelo contrato, porém, deve permanecer. A Amazon argumenta que possui tecnologia superior e que a Microsoft não atendeu a algumas especificações estabelecidas pelo Departamento de Defesa.
Microsoft consegue contrato de US$ 10 bilhões para armazenar os dados do Departamento de Defesa dos EUA. Imagem: Kanawat
A gigante do varejo on-line afirmou também que Trump interfere no processo devido à sua rivalidade com Jeff Bezos, que também é dono do jornal The Washington Post. O jornal fez uma cobertura considerada agressiva pelo governo Trump, que chegou a chamá-lo de ‘Amazon Washington Post’.
Entretanto, apesar das acusações, a Amazon não conseguiu comprovar suas alegações.
O Pentágono chegou a dizer que reconsideraria a possibilidade de acordo com a Microsoft após as objeções da Amazon, mas após extensa reavaliação considerou que a proposta da apresentada pela desenvolvedora do Windows possuía o melhor valor.
Em resposta, a Amazon afirmou em postagem em seu blog que o Departamento de Defesa poderia ter corrigido seus erros de avaliação e procurar garantir um jogo justo para encerrar o litígio judicial.
O processo de escolha
A Microsoft conseguiu o contrato JEDI em outubro de 2019. Durante o processo de licitação, aguardava-se que a Amazon seria escolhida. Após longas rodadas, Amazon e Microsoft surgiram como as únicas empresas restantes no acordo. O Google saiu no final de 2019, enquanto Oracle e IBM foram eliminadas ainda no início deste ano. A Oracle chegou a protestar, mas teve suas objeções rejeitadas pela Justiça federal dos EUA.
O JEDI é um projeto que visa atualizar os sistemas do Departamento de Defesa e armazenar esses dados. A nuvem JEDI fornecerá infraestrutura e a plataforma de serviço para o Departamento e para quaisquer parceiros de missão do governo dos Estados Unidos.
Fonte: ZDnet