A Huawei, que está na lista de boicote dos Estados Unidos, gerou um faturamento menor do que o esperado em 2019, e em 2020 dará prioridade à sua “sobrevivência”, garantiu a gigante de telecomunicações chinesa nesta terça-feira (31).
A empresa, acusada pelos americanos de possível espionagem em benefício de Pequim, teve em 2019 um faturamento de 850 bilhões de iuanes (US$ 121 bilhões), o que representa um aumento de, aproximadamente, 18% em relação ao ano anterior, conforme afirma Eric Xu, que ocupa a presidência rotativa da Huawei, em mensagem de Ano Novo.
Os números são inferiores às previsões iniciais da companhia, que sofreu ao longo do ano com os esforços dos Estados Unidos para esmagar a empresa. Apesar disso, a Huawei conseguiu contornar seus problemas. No entanto, a fabricante espera ter um “ano difícil” caso essas medidas sejam mantidas em 2020.
O governo de Donald Trump proibiu que as empresas americanas vendessem equipamentos para a Huawei. Com isso, a empresa ficou sem acesso ao sistema operacional Android, do Google, o que implica em não poder fornecer aplicativos muito populares a seus clientes. Nesse contexto, “a sobrevivência será nossa prioridade”, afirmou Xu.
“Em 2020, continuaremos na lista negra dos Estados Unidos. Será um ano difícil para nós”, alertou. “O governo dos EUA continuará a combater o desenvolvimento de tecnologia de ponta”. Diante do desafio americano, “devemos aumentar a diversidade da nossa cadeia de suprimentos, essencial para nossa segurança. Qualquer risco ao bom funcionamento do negócio deve ser considerado uma questão de vida ou morte”, frisou o presidente rotativo.
A empresa não divulgou os valores do quarto trimestre, mas, segundo cálculos feitos pela Reuters, o crescimento foi de 3,9% em relação ao ano anterior, muito abaixo dos 27% registrados no terceiro trimestre de 2019.
A Huawei é considerada a líder mundial em dispositivos 5G e a segunda maior fabricante de celulares do mundo. Segundo Xu, a companhia vendeu 240 milhões de smartphones em 2019, um aumento de 20% em relação a 2018.
Os EUA temem que o regime comunista chinês controle futuras redes globais por meio da empresa. O governo Trump pressiona seus aliados a parar de cooperar com a Huawei.
Via: UOL