A agência espacial chinesa (CNSA, China National Space Administration) confirmou nesta quarta-feira (2) que a sonda Chang’e 5 começou a perfurar o solo lunar para coletar amostras. Ela trabalhará por “cerca de dois dias” em uma região ao norte de Mons Ruemker, no Oceano das Tormentas, região oriental do lado mais próximo da Lua.
Quando a operação for completada, em meados deste mês, a sonda trará à Terra cerca de 2 kg de rochas lunares. As últimas amostras de nosso satélite foram coletadas há 44 anos, durante a missão Luna 24, da União Soviética, em 1976.
Esta é a terceira vez no século 21 que uma espaçonave pousa com sucesso na Lua. As outras duas também são chinesas: Chang’e 3 e Chang’e 4, que levaram veículos de exploração (rovers) para analisar e fotografar a superfície Lunar.
Tentativas anteriores
Tentativas de Israel e da Índia em 2019, com as missões Beresheet e Vikram/Chandrayaan 2, terminaram em desastre com as espaçonaves colidindo contra a Lua. Até hoje apenas dois países conseguiram trazer amostras do solo lunar: os EUA, com as missões Apollo entre 1969 e 1972, e a União Soviética, com as missões Luna (16, 20 e 24) entre 1970 e 1976.
A Chang’e 5 decolou no dia 23 de novembro e é composta por 4 espaçonaves. Duas delas são um módulo de pouso e um veículo de subida, que ficam uma em cima da outra. Em 28 de novembro, o par se separou da terceira parte, o módulo de serviço da missão, que permaneceu em órbita ao redor da Lua. No entanto, o pouso aconteceu apenas nesta terça-feira, por volta das 12h13 (horário de Brasília).
Quando a coleta das rochas terminar, o módulo de subida vai decolar da superfície Lunar e se encontrar com o módulo de serviço em órbita. Em algum momento do processo, a amostra será transferida para uma quarta espaçonave, uma cápsula de reentrada que será responsável por trazer o material para o solo. Ainda não está claro quando o pouso por aqui ocorrerá, mas estima-se que seja entre os dias 16 e 17 de dezembro.