Pesquisadores são afetados por fezes de pinguim durante estudo

Óxido nitroso exalado pelos excrementos do pinguim-rei foi o responsável por deixar os estudiosos zonzos
Luiz Nogueira15/05/2020 19h28

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Durante um estudo das colônias de pinguins-rei na Geórgia do Sul, pesquisadores enfrentaram uma situação bastante inusitada. O projeto, publicado quinta-feira (14), descreve como teve de ser interrompido momentaneamente após participantes se sentirem zonzos por conta do ‘cocô’ dos animais.

Essa reação ocorre porque os pinguins-rei expelem quantidades abundantes de óxido nitroso pelas fezes, o famoso gás do riso, fazendo com que quem estiver próximo seja afetado. No entanto, culpar totalmente os animais pelo efeito seria injusto.

As fezes são expelidas com alta concentração de nitrogênio devido aos peixes consumidos. Um tempo depois, essa substância é transformada em óxido nitroso pelas bactérias do solo. O acúmulo do material excretado, chamado de guano, faz com que muito gás seja gerado nas proximidades do habitat dos pinguins.

“O guano do pinguim produz níveis significativamente altos do gás em torno de suas colônias”, disse Bo Elberling, membro do Departamento de Geociências e Gerenciamento de Recursos Naturais da Universidade de Copenhague e um dos principais envolvidos na pesquisa.

Além da pressão do clima do local, o óxido nitroso tem um efeito muito semelhante ao gás do riso sedativo usado por dentistas em procedimentos. “Depois de bisbilhotar o guano por várias horas, alguém fica completamente zonzo. Começa a sentir-se doente e com dor de cabeça”, diz Elberling.

Efeito estufa

O óxido nitroso é um poluente 300 vezes mais prejudicial que o dióxido de carbono no efeito estufa. No entanto, apesar de afetar os humanos, como foi o caso dos pesquisadores, a quantidade liberada pelas fezes dos animais não é suficiente para impactar o planeta.

“Embora as emissões de óxido nitroso não impactem a Terra, nossas descobertas contribuem para novos conhecimentos sobre como as colônias de pinguins afetam o ambiente ao seu redor, o que é interessante porque as colônias estão se tornando cada vez mais difundidas”, finaliza Elberling.

Via: Science Alert

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital