Pesquisadores criam sistema que destrói vírus causadores de doenças

Eles utilizaram a enzima CRISPR para atingir o RNA viral nas bactérias
Redação11/10/2019 17h33, atualizada em 11/10/2019 19h32

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Pesquisadores de Harvard e do Broad Institute do MIT publicaram hoje (10), um estudo sobre uma descoberta que pode combater tanto o vírus do ebola quanto o de uma simples gripe. Apesar de desencadearem sintomas distintos, as doenças possuem a mesma causa subjacente: um vírus baseado no RNA – ácido ribonucleico, molécula responsável pela síntese de proteínas das células do corpo.

A equipe de cientistas criou um sistema que utiliza a enzima CRISPR Cas 13 para atingir o RNA viral nas bactérias. A pesquisa começou com uma análise de vírus baseados no RNA para procurar sequências virais que a Cas13 poderia atingir. O intuito dos pesquisadores era cortar sequências que não causariam mutações, mas desativariam o vírus.

“Em teoria, você poderia programar o Cas13 para atacar praticamente qualquer parte de um vírus”, disse o pesquisador Cameron Myhrvold. “Mas há uma enorme diversidade dentro das espécies, e grande parte do genoma muda rapidamente à medida que um vírus evolui. Se você não for cuidadoso, tentará combatê-lo sem conseguir efeitos positivos”.

Os pesquisadores testaram o sistema usando células humanas infectadas com três vírus baseados em RNA: vírus da coriomeningite linfocítica, vírus da influenza A e vírus da estomatite vesicular. Após 24 horas, as enzimas Cas13 injetadas nas células reduzem os níveis do RNA viral em até 40 vezes.

Os cientistas também combinaram o sistema Cas13 com uma ferramenta de diagnóstico chamada SHERLOCK, com o propósito de fornecer capacidade necessária para medir os níveis de RNA viral em uma amostra.

“Prevemos o Cas13 como uma ferramenta de pesquisa que pode explorar muitos aspectos da biologia viral em células humanas”, avaliou a pesquisadora Catherine Freije. “Também poderia ser uma ferramenta clínica, na qual esses sistemas seriam usados para diagnosticar uma amostra, tratar uma infecção viral e medir a eficácia do tratamento. O sistema pode ser adaptado para lidar com vírus novos ou resistentes a medicamentos“.

Via: Futurism

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital