Nova técnica pode aprimorar vacina em testes contra câncer

Cientistas combinaram proteínas de dois adenovírus para driblar anticorpos prévios e aumentar a probabilidade da vacina desencadear imunidade; composto visa diminuir recorrência de tumores
Redação26/08/2020 15h38

20200801080106-1920x1080

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores da Universidade Thomas Jefferson, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica que pode aprimorar a eficácia de uma vacina para prevenir a reincidência de cânceres de estômago, pâncreas, cólon e esôfago.

Ainda em fase de testes clínicos, o imunizante emprega proteínas de adenovírus Ad5 como vetores para induzir a resposta imunológica do organismo ao receptor guanilato ciclase C (GUCY2C), que está associado à gênese dos tumores.

O adenovírus Ad5, no entanto, é causador do resfriado comum e muitas pessoas têm anticorpos neutralizantes contra o microorganismo. Isso impede que ele cumpra seu papel no processo de imunização.

Os cientistas então desenvolveram um novo vetor que mistura o Ad5 com partes de outra espécie de adenovírus mais rara, conhecida como Ad35. Os pesquisadores identificaram que a partícula quimérica, batizada de Ad5.F35, resistiu aos anticorpos específicos do Ad5 em experimentos com camundongos e soros coletados de pacientes com câncer colorretal.

Publicado na revista Journal of ImmunoTherapy of Cancer, o estudo também conclui que na ausência de imunidade pré existente ao Ad5, a resposta de células do sistema imunológico induzida pelo novo método foi “comparável” à desencadeada por vetores Ad5.

Os dados sugerem que vacinas baseadas em Ad5.F35 que têm como alvo o GUCY2C, ou outros antígenos patogênicos, “podem produzir respostas imunes clinicamente relevantes em mais de 90% dos pacientes”, em comparação com o índice de 50% de vacinas baseadas em Ad5, dizem os autores.

A pesquisa ainda aponta que o novo método não impactou a segurança do imunizante, nem “produziu toxicidade em tecidos com ou sem expressão de GUCY2C.”. Mesmo com as alterações, a vacina deve prosseguir para a segunda etapa de ensaios clínicos, que envolverá cerca de 100 pacientes com câncer em remissão, isto é, que não apresentam sinais de atividade da doença, mais ainda não podem ser considerados totalmente curados.

“Esta vacina contra o câncer é projetada para ajudar o corpo a evitar que a doença volte”, explicou Babar Bashir, professor assistente de oncologia médica da Universidade Thomas Jefferson e líder clínico do ensaio, em entrevista ao Genengnews.

“[A vacina] Não tem potencial para remover grandes cargas tumorais. Mas a reincidência é um grande problema para cada um desses cânceres, e ser capaz de reduzir a chance pode se traduzir em grandes aprimoramentos na longevidade do paciente.”.

Via: Genengnews

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital