Músculos feitos em laboratório são colocados em humanos pela primeira vez

Pesquisadores japoneses colocaram tecido cardíaco em paciente com sucesso
Redação29/01/2020 12h32, atualizada em 29/01/2020 12h59

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Na última segunda-feira (27), pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, anunciaram que conseguiram realizar um transplante de músculos cardíacos em um paciente com sucesso. Ao invés de substituir o coração inteiro por outro órgão, eles colocaram folhas degradáveis contendo células musculares do coração nas áreas danificadas.

Para aumentar as células do músculo cardíaco, a equipe utilizou células-tronco pluripotentes induzidas (iPS). Para criá-las, os pesquisadores retiram as células, da pele ou do sangue de um adulto, e as reprogramam de volta ao estado pluripotente embrionário. Nesse ponto, eles podem fazer as células iPS se transforarem no tipo que desejarem. No caso, foram criadas células musculares cardíacas.

O paciente que recebeu o transplante sofre de cardiomiopatia isquêmica, condição que faz o coração ter problemas para bombear o sangue, já que não é irrigado suficiente. Em casos graves, o transplante é a única solução. Os pesquisadores esperam que as células musculares secretem uma proteína que ajude a regenerar os vasos sanguíneos, melhorando a função cardíaca do paciente. Outras nove pessoas devem passar pelo mesmo procedimento nos próximos três anos.

Se tudo der certo, o procedimento pode ser uma alternativa aos transplantes cardíacos. Além de ser mais fácil obter células iPS do que um coração compatível, é mais provável que o sistema imunológico do paciente tolere mais as células do que um novo órgão.

“Espero que se torne uma tecnologia médica que salve o maior número de pessoas possível, pois já vi muitas vidas que não pude salvar”, concluiu o pesquisador Yoshiki Sawa em entrevista coletiva.

Via: Science Alert

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital