Japão pode jogar 1,7 milhão de toneladas de água radioativa no oceano

Falta espaço para armazenar água contaminada, resultado de infiltrações do subsolo nas instalações da usina. Descarte seria feito ao longo de 10 anos
Rafael Rigues27/01/2020 15h42

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Os oficiais responsáveis pela contenção do material radioativo produzido pela usina nuclear Fukushima Daiichi, no Japão, estão enfrentando um problema: falta espaço para armazenar água contaminada, originária do subsolo e que se infiltra nas instalações.

Diariamente, 170 toneladas de água são retiradas, e 1,7 milhão de toneladas já foram armazenadas em contêineres especiais. Um subcomitê de especialistas do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão anunciou que há três possibilidades para lidar com toda essa água: jogá-la no oceano pacífico, evaporá-la e deixar que o vapor chegue à atmosfera ou uma mistura dos dois métodos.

As autoridades afirmam que a água foi processada por um sistema chamado ALPS, capaz de reduzir a quantidade de 62 tipos de substâncias radioativas para níveis seguros. Entretanto, a afirmação é controversa: um estudo feito em 2018 descobriu que 80% da água armazenada na época (cerca de 750 milhões de toneladas) ainda tinha níveis de radiação acima do permitido.

“É cedo demais para despejá-la no oceano. Isso terá um impacto em nossos sucessores na indústria da pesca”, disse o diretor de uma cooperativa de indústrias pesqueiras em Iwaki, na região de Fukushima.

Ao que tudo indica, o governo japonês prefere jogar a água no oceano. Isso seria feito gradualmente, ao longo de 10 anos.

Fonte: Hankyoreh

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital